Medvedev confessa: "Tenho muitas saudades de Federer"

Medvedev confessa: “Tenho muitas saudades de Federer”

Por Pedro Gonçalo Pinto - março 24, 2023

Daniil Medvedev já sabe o que é ser número 1 do mundo, sendo que foi o responsável por quebrar a hegemonia de Roger Federer, Novak Djokovic, Rafael Nadal Andy Murray. Mesmo assim, o russo confessa que sente a falta do suíço, que se aposentou na temporada passada em plena Laver Cup.

SAUDADES DE FEDERER

Todos sabíamos que a sua despedida estava próxima, mas esperávamos que pudesse voltar a jogar Wimbledon. Não dá para imaginar o mundo do tênis sem Federer. Quando comecei a ver tênis na televisão ele já estava lá. Todo mundo o descreve como respeitoso, uma grande pessoa, é uma lenda dentro e fora de quadra. Joguei contra ele três vezes e perdi as três. Lembro-me da primeira vez, em Shanghai, com o Roger fazendo um grande ponto e o estádio a ficar totalmente louco. Naquele instante, aquele jogo foi o melhor momento da minha carreira. Tenho muitas saudades de Federer.

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MEDVEDEV É O NÚMERO 1 MAIS ALTO DA HISTÓRIA

O tênis evoluiu muito graças ao Federer. A geração atual com Zverev, Tsitsipas e eu cresceu muito. O tamanho do corpo ajuda muito com o serviço e a potência das pancadas, mas movemo-nos muito bem apesar da nossa altura. Isso também se deve ao fato de o aspecto físico do tênis ter evoluído ao máximo como em todos os esportes. Ouço sempre isso de ex-jogadores, que no seu tempo o mais importante era o ténis puro e o aspecto mental, não se prestava atenção ao físico. Atualmente, se não trabalhas o físico, os teus adversários te destroem.

EVOLUÇÃO DE ESTILOS

As capacidades físicas dos jogadores evoluíram a tal ponto que tens de acertar cada pancada para ir à procura da perfeição. Se subo à rede contra Alcaraz, por exemplo, sei que o meu voleio tem de ser perfeito se não fico em maus lençóis. Agora temos muitos tipos diferentes de jogadores, incluindo Maxime Cressy, que faz sempre saque e voleio, mas tem sucesso. A tendência é dos jogadores quererem dominar na linha de fundo, mas cada vez há mais subindo à rede. Vimos isso no US Open com Alcaraz, teve muito sucesso na rede.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt