Sousa: «A minha situação é igual à dos outros, mas tenho conforto económico para estar parado algum tempo»

Sousa: «A minha situação é igual à dos outros, mas tenho conforto económico para estar parado algum tempo»

Por José Morgado - abril 21, 2020
sousa-montpellier

João Sousa está a viver uma situação completamente inédita nos últimos 15 anos da sua vida: está em casa dos pais, em Guimarães, há mais de um mês. O minhoto optou por fazer a sua quarentena na terra onde nasceu, em vez de voltar a Barcelona, onde vive e treina desde os 15 anos, e não escondeu que essa é uma das partes boas desta quarentena. Mas não a única.

“Depois de tantos anos sozinho e fora, passar este tempo em casa dos pais sabe sempre bem. Eu estava a tentar ultrapassar uma lesão grave. Recentemente já estava melhor, mas esta paragem ajuda-me a ficar a cem por cento e acredito que juntos vamos conseguir vencer isto. É importante manter a forma física”, contou em entrevista à RTP.

Tal como já havia feito em declarações ao nosso site no sábado, Sousa confirmou que está disposto a aderir à ideia de Djokovic, Federer e Nadal de que os membros do top 100 ATP possam ajudar os tenistas mais necessitados. “Há um grupo no WhatsApp liderado pelo Djokovic, que nos trouxe uma ideia dele, do Rafa Nadal e do Roger Federer de ajudar quem está em maior dificuldade. A minha situação é igual à dos outros, mas o facto de eu ter tido algum êxito nos últimos anos tenho algum conforto económico para poder estar parado durante algum tempo. Há outros jogadores que não”.

Sousa admite que jogar Roland Garros logo depois do UsOpen é difícil e assume  que gostaria de qualificar-se de novo para os Jogos Olímpicos. ‘Vai haver algum conflito de interesses entre US Open e Roland Garros seguidos, não será fácil se acontecer gerir o esforço físico e mental. É um orgulho representar o país nos Jogos Olímpicos. Eu já consegui fazê-lo no Rio de Janeiro.’

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt