Wawrinka vence Roland Garros 2015 - Bola Amarela Brasil

Wawrinka vence Roland Garros 2015

Por admin - junho 7, 2015

Stanislas Wawrinka é o novo campeão de Roland Garros! O tenista suíço conquistou hoje o seu segundo torneio do Grand Slam da carreira (e dos últimos dezoito meses), ao derrotar o número um mundial Novak Djokovic na grande final do Philippe Chatrier e igualando nomes como um dos membros do chamado Big Four, Andy Murray.

À semelhança da final do Open da Austrália de 2014, o seu primeiro grande título, Wawrinka defendia o estatuto de oitavo cabeça-de-série no torneio e defrontou este domingo o número um mundial. ‘Nole’ entrou a servir muito bem no encontro, ‘Stan’ nem tanto, e ao terceiro break-point o sérvio quebrava (ou o suíço quebrava-se a si mesmo, talvez seja o mais correto de se dizer) para não mais perder essa vantagem, fechando a primeira partida num jogo onde houve alguma polémica: a 5-4 30-15, uma bola de Wawrinka é chamada fora, quando na realidade o sistema hawkeye confirmou que a mesma tinha ainda tocado na linha (o suíço acabou por anular, com duas grandes bolas, esses dois set-points, sucumbindo posteriormente num terceiro).

Com Djokovic com um set de vantagem, esperava-se que o mais novo dois tenistas entrasse com ainda mais “garra” na segunda partida, o que provavelmente teria feito contra praticamente qualquer outro tenista; porém, não é por acaso que quatro dos cinco encontros anteriores entre os dois únicos vencedores da década do Open da Austrália só acabaram na “negra”. Wawrinka ainda teve de salvar um ponto de break no seu jogo de serviço inaugural neste parcial, mas a acentuada quebra de rendimento de ‘Nole’ ao serviço (de 78% de primeiros serviço e 76% de pontos ganhos com essa bola no primeiro set para, e respetivamente, 61% e 57% no segundo) levaram o suíço a dispor de cinco pontos de quebra, tendo concretizado o quinto e último para igualar o encontro com um set para cada lado.

Ambos os tenistas começavam a alinhar simultaneamente ao seu melhor nível nesta fase do encontro, com pontos a demorarem dezenas de segundos e com bolas a passarem pelo lado de fora da rede. No terceiro parcial, no entanto, Djokovic entra estranhamente afetado pela perda do set anterior e o seu serviço cai ainda mais, com a percentagem de pontos ganhos com a segunda bola a baixar de 2/3 para 1/2; isto aliado ao facto de Wawrinka ter cedido apenas dois pontos com o primeiro saque faz com que, uma vez mais, o suíço disponha de algumas oportunidades para quebrar – tendo-o feito com ‘Nole’ a servir a 2-3. No jogo seguinte, o número um mundial voltou a “perdoar” e não recupera a quebra de serviço, acabando por se ver pela primeira vez em desvantagem no encontro ao cabo de 2h22.

Pedia-se uma reação de líder do ranking mundial, e o sérvio não fez a coisa por menos; dois jogos de serviço, intercalados por um break-point aproveitado, e Djokovic já se encontrava a triunfar por 3-0 no quarto set. Pensou-se que, tal como referido anteriormente, os dois tenistas iriam uma vez mais disputar uma mão de cheia de sets, só que o número dois suíço estava mesmo apostado em conquistar o troféu, e conseguiu de imediato a recuperação para 3-3.
O encontro estava cada vez mais tenso e dramático, com ‘Nole’ a salvar dois break-points logo no seu jogo seguinte de serviço e a desperdiçar uma vantagem de 40-0 no serviço de ‘Stan’, a 4-4, o que lhe daria a oportunidade de servir para o set no jogo seguinte. Foi o “canto do cisne”: o vencedor de oito torneios do Grand Slam não quebrou, foi quebrado de imediato, e, ao segundo championship-point – e não sem antes salvar outro ponto de quebra -, Stanimal fazia história na “Catedral da Terra Batida”: 4-6 6-4 6-3 6-4 foram os parciais finais, em 3h15 de um grande encontro de ténis.

Esta vitória de Wawrinka confirmou duas estatísticas, no mínimo, curiosas: desde que Rafael Nadal compete em Roland Garros, que o tenista que o consegue derrotar não é o futuro campeão e perde com um suíço na final. “Stan, The Man” será o quarto tenista do ranking mundial na próxima segunda-feira, um lugar abaixo do seu máximo de carreira – ele que se livra, assim, do estigma de ser “mais um” one-time Slam winner. Já Novak Djokovic defendeu com sucesso os seus pontos relativos à edição de 2014, o que certamente que não servirá como grande consolo para o tenista de vinte e oito anos. Porém, pela sua reação de profissionalismo e fair-play no final do encontro e pela sua vontade de se superar a cada ano que passa, certamente que um dia veremos o sérvio a elevar bem alto a Taça dos Mosqueteiros que tanto merece.