Serena: «Sempre fui subvalorizada e mal paga por ser mulher e negra»
Serena Williams, para muitos a melhor tenista de todos os tempos e aquela que mais dinheiro ganhou dentro do court ao longo dos mais de 20 anos da sua lendária carreira, é o grande destaque da edição deste mês da revista ‘Vogue’ britânica, onde faz capa e deu uma entrevista longa sobre alguns temas do momento: o racismo, o feminismo e a violência policial.
A norte-americana de 39 anos assegura que, apesar de tudo aquilo que conquistou ao longo dos anos, nunca se sentiu verdadeiramente valorizada pela sua modalidade. “Sempre me senti subvalorizada e mal paga por ser mulher e negra. Nunca em nenhum momento deixei de querer ser quem sou. E isso penalizou-me em vários momentos. Adoro representar as mulheres e negras e para mim as coisas são perfeitas tal como são”.
Williams admite que o ténis é apenas um ‘migalha’ no meio de toda esta problemática. “O ténis é apenas um detalhe no meio desta problemática. Sabemos o quão difícil para uma mulher chegar a cargo importante numa grande empresa. A narrativa tem de mudar e eu acredito que posso ajudar a esse processo com a minha voz, o meu exemplo”.
Serena admite ainda a importância das novas tecnologias e das redes sociais no combate ao racismo. “Isto que acontece agora sempre aconteceu. Só que agora toda a gente filma e publica e isso ajuda muito a despertar as pessoas. Tive muita gente que veio ter comigo nos últimos meses, lamentando aquilo que eu tive de passar”.