Raonic faz história e desafia Murray pelo título em Wimbledon
Três semanas depois da final no Queen’s Club, Andy Murray e Milos Raonic vão voltar a encontrar-se em Londres, pela discussão de um título, mas a oito quilómetros de distância e no palco mais desejado de todos: o Centre Court de Wimbledon. No domingo, a partir das 14 horas, o britânico e o canadiano vão procurar a aproveitar a oportunidade de ouro de escrever (no caso do escocês reescrever) o seu nome na prestigiada parede dos campeões do Grand Slam inglês, onde só têm lugar os melhores dos melhores.
Uma coisa é certa: Milos Raonic já fez história. Aos 25 anos, o tenista de Toronto tornou-se esta sexta-feira no primeiro homem do seu país a alcançar uma final de Grand Slam em singulares masculinos e logo batendo o maior campeão da história em majors e de uma das maiores lendas deste torneio, Roger Federer, por 6-3, 6-7(3), 4-6, 7-5 e 6-3, em 3h29.
Raonic foi mais forte no primeiro set, ganho de forma concludente, mas depois Federer assumiu totalmente o controlo das operações e parecia a caminho de uma vitória em quatro partidas, quando se viu em vantagem pro 2 sets e a 1 e criou inúmeras chances no saque do canadiano que não conseguiu aproveitar.
O 12.º jogo do quarto set foi o verdadeiro ponto de viragem: Federer servia para forçar o tiebreak, vinha a ganhar facilmente os seus jogos de serviço, abriu uma vantagem de 40-0 mas… foi quebrado, com duas duplas faltas e inúmeras más opções táticas pelo meio. No quinto set, Raonic mostrou-se mais fresco, mais agressivo e soube ser capaz de aproveitar a única oportunidade de break de que dispôs para dar a machadada final rumo à final.
A outra meia-final… não teve qualquer história, facto que nem sequer surpreendeu. Andy Murray derrotou Tomas Berdych por 6-3, 6-3 e 6-3, em menos de duas horas, e já vai em 11 sets ganhos consecutivamente diante do checo, que no início da sua carreira até costumava dar-lhe muito trabalho. Está será a terceira final de Wimbledon para Andy Murray, mas a primeira em que não vai defrontar do outro lado da rede um senhor chamado Roger Federer ou outro chamado Novak Djokovic. Tal coisa nunca aconteceu em nenhum Grand Slam até hoje, pelo que é terreno virgem para o escocês de 29 anos.
Ao todo, este será o 10.º duelo de carreira entre Andy Murray e Milos Raonic, com o britânico a liderar o confronto direto por 6-3. Raonic até venceu três dos primeiros quatro duelos entre ambos, mas Murray venceu os últimos cinco, entre os quais três este ano: na meia-final do Australian Open, nos quartos-de-final do Masters 1000 de Monte Carlo e na final do Queen’s Club.