Paire: "Vivo e trabalho para jogar em quadras grandes, não em Challengers..."

Paire: “Vivo e trabalho para jogar em quadras grandes, não em Challengers…”

Por Pedro Gonçalo Pinto - janeiro 30, 2024

Benoit Paire quebrou um jejum de um ano e meio ao vencer novamente na chave principal de um torneio do ATP Tour, ao derrotar Andy Murray rumo às oitavas de final do ATP 250 de Montpellier. O francês de 34 anos, número 112 do mundo, não escondeu o orgulho que sentia por esse feito.

UM TRIUNFO ESPECIAL

Há muito tempo que não disputava torneios deste nível. Fiquei um ano competindo em Challengers, com exceção de Roland Garros, onde recebi um wild card. Foi um ano complicado, mas não tive alternativa a não ser voltar aos Challengers para somar pontos e subir no ranking. Meu objetivo era terminar no top 100 e não consegui. Desde a Covid, foi difícil e não obtive muitos bons resultados. Mas aqui, na quadra Patrice Dominguez, que é alguém que me ajudou muito quando era jovem, significa muito para mim. Estive na final há 11 anos e só tenho boas lembranças. Vencer o Andy é incrível, é mágico.

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CRÍTICAS DE QUE FOI ALVO

É difícil. Estava no 18º lugar do ranking e jogava em grandes torneios. Depois me vi nos Challengers durante um ano, enfrentando oponentes que jogam bem. Continuava ouvindo críticas de que a única coisa que faço é beber álcool e que não faz sentido continuar no tênis. É difícil a cada dia, mas acredito que me esforcei bastante e fui recompensado.

O SONHO SE MANTÉM

Continuo apaixonado pelo tênis, por jogar em grandes quadras e disputar grandes partidas. Vivo e trabalho para isso, não para estar em Challengers. Ainda tenho o necessário para competir nos torneios que gosto. Fisicamente, e se mantiver a cabeça no jogo, ainda posso obter bons resultados. Não quero terminar em torneios de nível inferior e me arrepender depois. Há muito tempo sei que posso vencer bons jogadores. Esta vitória mostra que, quando minha mente e meu corpo estão lá, ainda consigo brilhar. Murray está chegando ao fim da carreira, mas continua sendo difícil de derrotar. Fiz uma grande partida. Adoro enfrentar esse tipo de adversários em quadras grandes, sou capaz de grandes feitos. Mas para voltar a jogar em quadras grandes, preciso passar pelos Challengers, e isso não tem sido fácil.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt