Nuno Borges: "Faltou jogar melhor. Cometi muitos erros"

Nuno Borges: “Faltou jogar melhor. Cometi muitos erros”

Por José Morgado - maio 28, 2024
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PARIS. FRANÇA. Nuno Borges, número um nacional e único representante português nos quadros principais de singulares em Roland Garros, foi derrotado esta terça-feira na primeira ronda de Roland Garros, num dia difícil e com condições muito pesadas. No final do encontro, o maiato de 27 anos analisou a partida com os três jornalistas portugueses presentes em Paris.

O QUE FALTOU NESTE ENCONTRO?

Faltou jogar melhor. Ainda tive hipóteses em alguns momentos para fazer a diferença, mas não estive bem nesses momentos. As condições estavam muito difíceis para mim. É verdade que não é desculpa, mas para o meu estilo de jogo e para a minha bola estava muito pesado. Não tenho o ‘caparro’ para fazer a bola andar e gerar força como outros jogadores que têm mais força do que eu. Gostava que as condições tivessem diferentes. No terceiro set levei logo o break e pesou-me muito. Ainda acabei o segundo a achar que ainda dava. Mas parecia que cada vez estava pior, mais frio, mais chuva. Campos pesados e bolas cheias de terra.

LIDEROU COM BREAK ACIMA NOS DOIS PRIMEIROS SETS

Fiz muitas asneiras quando estava na frente. Mas quando estive break acima não foi tanto mérito meu, mas mais erros dele. Não aproveitei bem as vantagens e não joguei o meu melhor ténis. As condições colocaram-me outra pressão. Precipitei-me porque muitas vezes via dois passos à frente. Cometi muitos erros e ele quando precisou jogou bem. Houve momentos em que poderia ter feito melhor.

ESPEROU CINCO HORAS ATÉ ENTRAR FINALMENTE EM CAMPO

É duríssimo. Acordei muito cedo para jogar às 11h. Durante cinco horas adiaram de meia em meia hora o que é ridículo. Não deu para comer, não deu para descansar, não deu para nada. É estranho fazerem isto porque o torneio não está atrasado. Não é a primeira vez que me acontece. Completamente desnecessário. Estarmos a entrar, jogar dois pontos e sair não é bom para ninguém. A última coisa que queria era jogar com a terra batida molhada. Vim cedo, preparei-me para este torneio tão importante mas nunca treinei uma única vez nestas condições.

BALANÇO DA ÉPOCA DE TERRA

Mesmo sem Roma diria que estou a jogar melhor em terra batida. Balanço positivo. Olhando para trás sinto isso. Agora claro que estou chateado e sinto-me desapontado. Fico muito frustrado só de pensar neste torneio, mas acho que estou no caminho certo.

REGRESSA AQUI EM BREVE PARA OS JOGOS OLÍMPICOS

Esta experiência não me dá muita confiança. Espero poder contar com melhor tempo daqui a dois meses neste clube. Espero eu. Mas não é fácil passar para a relva e depois para terra. Em termos de pancadas é totalmente diferente. E quero jogar bem na relva e farei os possíveis para me adaptar.

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt