Nuno Borges admite cansaço: "Não estive à altura do desafio"

Nuno Borges admite cansaço: “Não estive à altura do desafio”

Por José Morgado - maio 31, 2023
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PARIS. FRANÇA. A participação de Nuno Borges em Roland Garros terminou esta quarta-feira, com uma derrota na segunda ronda de singulares diante do argentino Diego Schwartzman, ex-top 10 mundial. No final do encontro, o maiato de 26 anos admitiu aquilo que se sentiu durante o encontro: faltaram ‘pernas’.

NÃO ESTEVE BEM FISICAMENTE

Não estava à espera de estar tão mal fisicamente hoje. Achei que ia recuperar melhor do que recuperei, mas não joguei assim tantos encontros de cinco sets como isso na vida. Não estive à altura do desafio. Tenho de pensar no que poderia ter feito melhor, mas acho que tem a ver com a preparação. Poderia ter vencido o primeiro set, mas houve muitos altos e baixos no meu jogo, muitas vezes perdi-me. Muito calor, deixei-me ir abaixo e isso não pode acontecer. Até recuperei bem das dores musculares, tive dois dias leves sem treinar muito. Queria estar a cem por cento para hoje mas não consegui. Estive muito aquém do que queria numa ronda destas de um torneio destes.

GANHOU A SCHWARTZMAN EM RÁPIDO, MAS TERRA É DIFERENTE

O Diego em terra é diferente, mas as condições até nem estavam muito lentas. As bolas são pesadas e não são as mais rápidas, mas até se aguentam bem. Não servi bem e ele de fundo do campo estava confortável. Os padrões dele não magoam muito, mas durante o encontro começa a pesar cada vez mais. Fui cometendo cada vez mais erros e estando fisicamente cada vez menos disponível. Ele aproveitou bem essa situação. Eu em piso rápido talvez consiga apertá-lo mais, ele em terra mexe-se muito bem. Em Phoenix jogámos primeira ronda e estava fresco.

Nuno Borges não resiste a Schwartzman e despede-se de Roland Garros

PRIMEIRA ÉPOCA DE TERRA A JOGAR CONTRA OS MELHORES AJOGADORES

É difícil, é duro. Gostava de ter feito meias-finais, ganhar encontros e ganhar confiança em Challengers. Ganhar encontros dá confiança. Aqui todos os jogos são finais. Contra o Isner dei tudo o que tinha e paguei o preço, mas foi uma época de terra positiva. Saquei boas vitórias, mas em Grand Slams sinto que ainda estou longe de ter nível para ganhar um torneio destes. À melhor de três sets é mais provável termos algumas surpresas.

ÉPOCA DE RELVA PLANEADA

Tentei inscrever-me nos ATP de relva, mas não entrei e por isso vou jogar dois Challengers em Nottingham e Ilkley. Depois na última semana jogo Maiorca ou Eastbourne. Quero jogar em relva onde estão os melhores do Mundo.

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com