Nadal explica-se: «Estou a ter uns meses muito difíceis, não é fácil gerir o que tenho vivido»

Nadal explica-se: «Estou a ter uns meses muito difíceis, não é fácil gerir o que tenho vivido»

Por Pedro Gonçalo Pinto - setembro 2, 2022

Durante set e meio, Rafael Nadal esteve perdido em court contra Fabio Fognini e pouco ou nada conseguia fazer. Certo é que o espanhol se reencontrou minimamente, virou o encontro e garantiu o lugar na terceira ronda do US Open. No final, Rafa reconheceu que tem passado por momentos muito complicados, o que o levou a ficar ansioso, mas garantiu que acredita que tem tempo para recuperar o melhor nível.

PÉSSIMO ARRANQUE NO ENCONTRO

A verdade é que ainda não entendo o que aconteceu. Estava a treinar, fiz um bom aquecimento e chegava com boas sensações, mas era impossível meter bolas dentro. Continuei a jogar agressivo porque considerava que, mais tarde ou mais cedo, as coisas iam começar a sair, mas quando percebi que estava numa situação limite e não conseguia jogar bem, dediquei-me a bater bolas para o fundo do court com profundidade e confiar nos erros deles. Dá-te uma sensação melhor porque pelo menos sentes que não ofereces pontos. Por sorte, ele ajudou-me um pouco e o meu jogo melhorou bastante no terceiro e quarto sets, mesmo sem ter sido uma grande exibição.

MOMENTOS DIFÍCEIS QUE TEM VIVIDO

O desastre que eu estava a fazer era tão grande que não conseguia jogar com calma. O meu ritmo cardíaco era mais elevado do que o habitual, via que estava muito acelerado e isso impedia-me de pensar com clareza e fazer as coisas certas. Estou a ter uns meses muito difíceis, não é fácil gerir o que tenho vivido. A temporada está a ser espetacular, a nível tenístico tem sido incrível, mas passei por situações muito complexas. O pé não me deixava jogar, depois parto uma costela, depois volto a estragar o pé antes de Roland Garros, fiz uma rotura abdominal e também a nível pessoal se dão situações novas para mim. A minha mulher está bem, mas obviamente não é fácil lidar com estas coisas à distância.

CONFIANÇA PARA O RESTO DO US OPEN

O meu nível nos treinos está a ser muito melhor do que em competição e isso leva-me a pensar que mais tarde ou mais cedo vou dar o passo em frente que é preciso. Chegou o momento de melhorar e isso só se pode fazer se se ganhar encontros, então estou feliz por ter ganho dois e por ter uma nova oportunidade contra o Richard. No desporto tudo muda rapidamente e isso faz-me pensar que estou a tempo de ter o nível necessário para fazer algo importante.

Nadal começa (muito) mal mas vira sobre Fognini no US Open

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt