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Petra Kvitova admite que jogar com o período é "complicado"
Já ia sendo hora de se abordar um dos grandes assuntos tabu existentes no ténis feminino: o período durante os torneios – chamemos as coisas pelos nomes. Talvez não fosse o assunto que Petra Kvitova mais gostasse de discutir durante uma conferência de imprensa, sobretudo num torneio com os níveis de conservadorismo de Wimbledon, mas, uma vez questionada sobre “coisas de raparigas”, a campeã em título enfrentou o assunto com grande naturalidade.
“Se temos de jogar um encontro ou treinar, é complicado”, começou por dizer a jogador a checa, conforme se pode ler no The Telegraph. A número dois mundial explica que jogar enquanto se está com o período pode afetar a coordenação e a energia das jogadoras, e que isso não as livra de serem objeto de julgamentos.
“Para ser honesta, é bastante difícil. Obviamente, já tive essa experiência anteriormente e nunca é fácil de lidar com mais uma coisa complicada. Os primeiros dias de período são sempre complicados”, confessou a bicampeã do Grand Slam inglês.
Heather Watson e Annabel Croft juntam-se ao debate
Mas Kvitova não foi a única a abordar um dos temas que tem vivido debaixo do tapete desde sempre e que raras vezes vê a luz do dia. Depois de perder na primeira ronda do Open da Austrália, Heather Watson explicou que sentiu tonturas, náuseas e quebras de energia acentuadas durante o encontro e que se viu obrigada visitar um médico. “Acho que era uma daquelas coisas que eu costumo ter, coisas de raparigas”, confessou a britânica à BBC Sport.
Comentários que levaram a antiga número um britânica e atual comentadora do Eurosport Annabel Croft referir que se trata de “um assunto que sempre foi tabu” e que é tido como sendo “um grande segredo”, o que leva a que “as mulheres sofram em silêncio”.
Tara Moore e os pesadelos sobre Wimbledon
Mais direta ainda é Tara Moore. “Obviamente que é difícil, qualquer coisa que afete o teu desempenho é complicado, por isso é esperar que não coincida com os torneios”, assegurou a número cinco britânica de 22, que no ano passado teve de disputar um encontro de quatro horas durante “altura do mês”.
E se o assunto é por si já delicado, quando se trata de Wimbledon ganha uma outra dimensão. “Em Wimbledon, temos de nos vestir de branco, por isso é um grande problema, principalmente porque os jogadores não percebem que temos de lidar com mais um elemento”, referiu.
“[Manchar o equipamento] é algo que com o qual te preocupas. Se isso acontece é humilhante, é um pesadelo. Eu já tive pesadelos com isso”, confessou Moore, referindo ainda que, apesar de não se poder mudar a tradição no All England Club, as pessoas precisam de estar mais conscientes e sensibilizadas para o tema.
“Muitas jogadoras não tomam os suplementos necessários, não bebem água sificiente ou não tomam a medicação que deviam. Muitos analgésicos são proibidos, por conterem substâncias que alteram o desempenho”.
Moore defende mesmo que as entidades responsáveis deviam ponderar a alteração de algumas regras, nomeadamente nos que dize respeito às idas à casa de banho. “[Uma paragem por set] dever ser suficiente, mas se é uma partida muito longa, torna-se complicado”, rematou.
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