Jaime Faria: «É neste nível que quero estar e ainda mais acima»

Jaime Faria: «É neste nível que quero estar e ainda mais acima»

Por José Morgado - setembro 29, 2023
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Jaime Faria, jovem português de 20 anos que se estreou esta semana em quartos-de-final de torneios Challenger, mostrou-se naturalmente desapontado com o facto de não ter conseguido fazer ainda melhor, numa semana que foi muito positiva e uma das melhores da sua carreira.

MOMENTO DECISIVO DOS ‘QUARTOS’

A fase decisiva do encontro foi ali a partir do 3-3 em que começou a ficar duro. Senti que estava por cima mas não consegui fazer o break a 4-4, a 4-5 estou um pouco cansado e ele jogou bem. Foi pena, mas ele teve mérito. No segundo set estava um bocado cabisbaixo e podia ter estado melhor. Ele jogou bem, fez variações, mas eu poderia ter-me aguentado melhor.

OPORTUNIDADE PARA AMBOS

Ele é 280 do Mundo, eu sou 400 e tal. Quartos-de-final de um Challenger é sempre uma boa oportunidade. Tenho nível para lhe ganhar, sobretudo em superfícies mais rápidas. Mas hoje também poderia ter ganho com um ou outro pormenor diferente. As meias-finais tinham sido possíveis.

PODIA TER SIDO MAIS AGRESSIVO

As minhas primeiras pancadas não foram tão eficazes. Ele aguentou-se melhor do que os meus adversários anteriores e deixou-me desconfortável. A bola não estava a andar tanto e eu tinha de se calhar aparecer mais junto à rede, mais à frente, depois de criar bem.

Jaime Faria despede-se da grande semana no Braga Open com derrota nos ‘quartos’

SEMANA DE GRANDE NÍVEL

Esta semana dá-me confiança e vontade de trabalhar ainda mais. É neste nível que quero estar e ainda mais para cima. Acredito que posso ganhar cada vez mais encontros a este nível. Foi uma boa semana, talvez a melhor da minha semana em termos de pontos [21] e há que meter a minha cabeça no lugar porque domingo já jogo o qualifying em Lisboa.

OBJETIVOS MUDAM

O ténis tem muito disto. Uma boa semana muda os objetivos. Nunca se sabe muito bem ao certo. Especialmente eu, com 20 anos, que não tenho muita rodagem. Tenho de me focar no trabalho e jogo a jogo. Dar o meu melhor. Depois no final do torneio logo se vê o que mudou no ranking. Ainda tenho pontos a defender este ano, nessa altura vou descer no ranking, mas se tivesse de colocar um objetivo o top 400 seria bom. Mas tenho nível para melhor.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt