This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Gonçalo Oliveira: do «siiii» de Cristiano Ronaldo ao jeito para a dança
A subir uma grande rampa que já o levou ao seu melhor ranking de sempre (277.º posto) e à presença em quadros principais de torneios challenger, Gonçalo Oliveira é hoje uma das jovens estrelas do ténis português. Recheado de um passado com muitas histórias para contar, o portuense de 22 anos, treinado pelo seu pai Abílio, desenha um futuro risonho, seguindo os passos dos seus ilustres admiradores do desporto.
“Há pessoas que admiro, o [Cristiano] Ronaldo é uma delas. Pelo que tem feito no futebol, mas porque também compreendo o que tem passado no estrangeiro pela minha experiência lá fora. No início era o português e andava sozinho. Ele também era visto como o portuguesinho. Felizmente, agora, andam mais compatriotas no circuito e já somos um grupo, mas senti-me posto de parte”, disse, em entrevista ao jornal A BOLA, Oliveira, que, por vezes, festeja os pontos ganhos com o famoso «siiii», referindo também que sempre gostou da rebeldia do ex-jogador Marat Safin.
“Sou mais poupado nas raquetes do que ele. Na altura, era giro vê-lo jogar, porque sabia que aconteceria sempre algo. Nem arrisco comportamentos parecidos, senão apanho cada multa… que até dói”, brincou. “Se pudesse voltar atrás no tempo, jogaria com o Sampras, o Agassi, o McEnroe ou o Borg, mas adorava poder defrontar o Federer na relva do central de Wimbledon e o Nadal na terra batida de Roland Garros”, sublinhou o português, que, para além do ténis, também fez notar outros talentos.
Pois é. Desde pequeno que Gonçalo Oliveira foi recebendo ensinamentos enquanto pequeno jogador e a música esteve igualmente incluída, sendo que sabe tocar piano e saxofone. “Tenho estilo para a dança. Danço bachata, salsa, merengue, reggaeton. Adoro música latina, não se ouve outra coisa no meu quarto”, sublinhou o jogador, que viveu cerca de dez anos na República Dominicana, entre os seis e os 15.
“Fomos de férias uma semana e meia e ficámos a viver no hotel 10 anos”, recordou, relembrando ainda que foi também para os Estados Unidos jogar os USTA na Florida. Dois dos muitos locais pelos quais passou, sempre com o mesmo objetivo: aprender um pouco de tudo “para ser mais completo”.
“Um bom jogador de ténis tem de fazer outros desportos para ser mais completo. Preparei o Gonçalo para viver em hotéis, porque quando as saudades apertam, andam infelizes. Também queria que falasse várias línguas. Felizmente fala cinco, para andar no mundo e sentir-se mais em casa. Tive sempre a preocupação que complementasse desportos de terra e aquáticos. Na Dominicana fazia vela, windsurf, caiaque, natação e mergulho”, reforçou o pai Abílio, mais conhecido por Bilhó.
Verdadeiras aventuras, entre as quais muitas viagens de caravana entre torneios. O futuro? “Não sei que carreira vou ter, mas trabalho para ganhar Grand Slams e ser n.º 1. É um processo longo, se chegar ficarei feliz, se não pelo menos trabalhei para isso todos os dias sem perder a humildade”, disse Gonçalo, prontamente analisado, taticamente, pelo seu pai.
“Tem uma potência enorme. Se fisicamente não tiver problemas, e puder jogar mais challengers, dará o salto na carreira no próximo ano. Sou muito exigente com ele, estou sempre a corrigir. O Gonçalo resiste, mas depois fica tudo no court”, admitiu Bilhó, pai, treinador e o grande pilar do sucesso do seu pupilo.
- Categorias:
- Não categorizado