FoxTenn, (muito) público e zero restrições: todas as novidades do Millennium Estoril Open

FoxTenn, (muito) público e zero restrições: todas as novidades do Millennium Estoril Open

Por José Morgado - março 29, 2022
estoril

O Millennium Estoril Open regressa daqui a um mês ao Clube de Ténis do Estoril e as novidades são mais do que muitas. Para além do regresso do público sem qualquer restrição, há ainda uma série de novidades que prometem animar a competição de ténis mais importante do nosso país.

— FOX TENN PELA PRIMEIRA VEZ

A inclusão do sistema de arbitragem Foxtenn é uma das grandes novidades da edição deste ano do Millennium Estoril Open — e o evento português será mesmo o primeiro da época em curso no circuito profissional masculino e o quarto de sempre (após Rio de Janeiro, Bastad e Madrid em 2021) a utilizar o único sistema eletrónico de auxílio à arbitragem em courts de terra batida certificado pelas Comissões Técnicas do ATP Tour, WTA Tour, ITF e torneios do Grand Slam.

O sistema mais conhecido até agora, Hawk-Eye (Olho de Falcão), é baseado num conjunto de câmaras colocadas em pontos altos ao redor do campo a transmitir as imagens para um computador que recria a trajetória da bola e produz uma imagem digital do ponto onde previu o contacto da bola com o solo. Na terra batida, a irregularidade e mutação do piso impedem que, por vezes, as marcas corretas sejam encontradas (por sobreporem-se a outras já existentes ou tocarem nas linhas) e nem sempre a bola deixa uma marca bem desenhada, o que faz com que os sistemas utilizados em hardcourts ou na relva tenham a mesma precisão em terra batida. Já o sistema patenteado Foxtenn consegue oferecer uma precisão de 100% graças às 40 câmaras de ultra velocidade, que captam 3.000 imagens por segundo, sincronizadas com um conjunto de 10 lasers de última geração que varrem todo o court, mantendo o sistema em permanente calibração e garantindo uma margem de erro de 0%.

O conjunto de câmaras e lasers estão colocados ao nível do solo, ao redor do campo e na rede, permitindo assim dar uma imagem real do exato momento em que a bola toca no solo e com o máximo de clareza — e não projetada ou calculada, como acontece com os outros sistemas. O sistema Foxtenn tem ainda a capacidade de fornecer dados em tempo real, como a velocidade de deslocação do jogador, a velocidade da bola, ângulos, altura, ressalto, precisão e posicionamento do jogador. Muita dessa informação permite igualmente enriquecer as transmissões televisivas dos encontros, que, no nosso país, serão asseguradas pelo Eurosport e pela CNN Portugal.

— NOVIDADES NO DIGITAL

Nesta edição o evento estreará também uma nova aplicação móvel — fruto de uma parceria com a Innowave — através da qual será possível não só acompanhar tudo o que se passa de relevante no evento, mas também realizar ações de gamificação que vão enriquecer em muito a experiência no Millennium Estoril Open.

Serão também vendidos NFTs do torneio — nomeadamente os melhores hot-shots ilustrados e uma réplica 3D do troféu de campeão. NFT, o acrónimo de ‘non fungible token’, é um certificado digital, estabelecido através da tecnologia blockchain, que define a origem e exclusividade de um conteúdo digital. A utilização de NFTs permite a compra e transação de conteúdos digitais de uma forma segura e rastreável, tornando-os colecionáveis.

Enquanto responsável pela área de bilhética e credenciação, a Blueticket também apresenta este ano uma inovação: toda a bilhética do evento será digital, tendo sido criada uma plataforma que permite aos sponsors e parceiros gerirem os seus convites de forma fácil e flexível no computador ou telemóvel.

— MUITO PÚBLICO

João Zilhão, diretor da prova, celebrou ainda o facto de o torneio não contar com qualquer restrição de público para 2022, depois de no ano passado ter sido jogado à porta fechada. “Estive em Miami na reunião dos diretos de torneio e neste momento a ATP está a tratar isto como algo endémico e não pandémico. O que diz é que cada torneio tem de respeitar as decisões de cada país, portanto teremos de esperar pelas decisões da DGS para o final do mês de outubro. Mas se o torneio acontecesse agora teríamos casa cheia, sem restrições de público e sem requisito de testes para aceder ao Millennium Estoril Open”, acrescentou com otimismo em relação ao futuro.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt