Djokovic: "O Alcaraz foi melhor do que eu em tudo"

Djokovic: “O Alcaraz foi melhor do que eu em tudo”

Por José Morgado - julho 14, 2024
Divulgação/Wimbledon

Novak Djokovic passou neste domingo (14) pela sala de coletiva de imprensa após perder a final de Wimbledon para Carlos Alcaraz pelo segundo ano consecutivo. O sérvio de 37 anos, que continua sem títulos em 2024, admitiu que o tenista espanhol de 21 anos foi muito mais forte do que ele neste jogo.

TERIA OCORRIDO MELHOR COM OUTRA ABORDAGEM TÁTICA?

Honestamente, acho que não. É claro que sempre podemos analisar no final e dizer “eu poderia ter feito isso ou aquilo”, mas no geral, hoje me senti inferior ao meu adversário em quadra. Ele jogava todas as jogadas melhor do que eu e não creio que pudesse ter feito muito mais. Tentei me animar, envolver as pessoas, algo que aconteceu no terceiro set. No entanto, ele também não me deixou ganhar muitos pontos grátis com o serviço, estava lendo bem e jogando com muita variedade. Nunca o tinha visto servir daquela forma. Talvez eu tenha perdido algo neste torneio, mas nunca o vi servir assim; ele deve ter tido um ótimo dia de treino de serviço ontem. No ano passado, me senti melhor. Comecei com 6-1, foi a primeira final de Wimbledon para ele e para mim foi a nona. Senti que havia começado melhor, tinha definido o ritmo. Talvez as coisas pudessem ter sido diferentes no final do jogo. Perdi em um jogo épico de 5 sets em que jogamos frente a frente, mas nada disso aconteceu este ano. Tudo caiu para ele, ele era uma força dominante em quadra e mereceu vencer.

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AUTO-CRÍTICO

O Carlos foi realmente melhor em todos os aspectos do jogo: movimentação, respostas e passagens incríveis, ótimo serviço, tudo. Fiz tudo o que pude para me preparar para essa partida e para o torneio em geral. Se alguém me dissesse que eu jogaria a final de Wimbledon há três ou quatro semanas, eu não teria acreditado. Onde eu estava há 3 ou 4 semanas e onde estou agora… Obviamente, estou decepcionado; é um gosto amargo perder uma final como esta. No final das contas, deve ser um sucesso para mim e para minha equipe jogar a final de Wimbledon e perder para o melhor jogador do torneio. Isso é tudo o que posso dizer. É claro que sempre posso ser autocrítico, e realmente sou. Sempre encontrarei falhas e coisas que poderia ter feito melhor, mas não creio que isso vá mudar muito o resultado da partida. Do início ao fim, pude perceber que ele estava um passo à minha frente em todos os aspectos.

AINDA HÁ MUITO POR CONQUISTAR EM 2024

Os Jogos Olímpicos e o US Open são os dois grandes objetivos para o resto do ano e espero poder dar o meu melhor nesses dois eventos. Chegar à final em Wimbledon é um grande impulso de confiança, mas também sinto que agora não estou em condições de enfrentar os melhores do mundo atualmente, além do Jannik, que são os dois melhores do ano. De longe. Para ter a chance de vencer esses adversários nas últimas rodadas dos Grand Slams ou nas Olimpíadas, terei que jogar muito melhor do que joguei hoje. Vou trabalhar nisso; não é algo que nunca tenha vivido antes, pois tive muitas experiências diferentes ao longo da minha carreira. Na adversidade, geralmente cresço, aprendo e fico mais forte.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com