Chardy: «Não sei se estou desempregado, de licença de paternidade ou se sou tenista»

Chardy: «Não sei se estou desempregado, de licença de paternidade ou se sou tenista»

Por Tiago Ferraz - março 12, 2020
Jeremy-Chardy

O tenista francês Jeremy Chardy deu uma entrevista ao L’Equipe onde fala da situação de alarme que se vive um pouco por todo o mundo e no ténis não é diferente devido ao coronavírus.

«No domingo de manhã eu fui treinar, comi algo e depois fui dormir. Depois comecei a alongar quando o meu fisioterapeuta veio ter comigo e disse: “Podes parar, o torneio foi cancelado”. Eu pensei que era brincadeira, mas o responsável pela Tour confirmou a informação. Ninguém esperava. Houve a final do challenger entre o Sock e o Johnson, toda a gente estava a treinar. Foi realmente estranho», disse.

Jeremy Chardy falou ainda do que pensa acerca do cancelamento do torneio:

«É uma solução, mas não é algo positivo. É verdade que é possível continuar a trabalhar, mas a beleza nisto é, precisamente, o ambiente, o que partilhamos com os fãs. O desporto é um entretenimento. Se tirarmos isto, só jogamos por nós e isso é uma pena», revelou.

O tenista francês abordou ainda a questão económica que pode ser afetada com o vírus:

«Toda a economia sofre com isto. Se nós cancelamos o nosso quinto maior torneio da temporada desta forma é porque nós vamos esperar dificuldades. Há Miami, Monte Carlo, Madrid, Roma e Roland-Garros aí à porta. Estamos a falar de Masters 1000 de um Grand Slam sem que tenhamos certeza do que vai acontecer. Eu não sei se estou desempregado, de licença de maternidade ou se sou um tenista. Eu faço um pouco de tudo menos o meu trabalho. Se isto continuar, eu só vou jogar três torneios em seis meses, três foram em janeiro!»

Chardy defende também que os rankings devem ser congelados:

«Se muitos dos torneios forem cancelados, os rankings devem ser congelados. Se isto continuar, pode ser bastante injusto porque se os challenger continuarem há quem ganhe pontos enquanto que nós não podemos jogar», disse.

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.