A vida impossível nos Challengers: Gastão Elias mostra prejuízo acima de 900 euros numa semana

A vida impossível nos Challengers: Gastão Elias mostra prejuízo acima de 900 euros numa semana

Por Pedro Gonçalo Pinto - fevereiro 10, 2022
elias-oeiras
FOTO: Sara Falcão

Não é propriamente um segredo que o circuito Challenger é altamente limitativo para fazer sustentar uma carreira no ténis. Vários têm sido os exemplos dados, especialmente desde que a pandemia de Covid-19 rebentou. Mas Gastão Elias fez questão de desmistificar a questão e apresentar números para mostrar como é praticamente insustentável fazer vida no escalão ‘secundário’ do ATP Tour.

Ora, o português, atual número 203 do ranking ATP, deu contas das suas despesas da semana no Challenger de Cherbourg, onde acabou por perder na primeira ronda. E facilmente se percebe a pressão que muitos enfrentam para se conseguirem sustentar. Entre voos, Uber, viagens de comboio, hotéis e refeições, foram 1.265€ para duas pessoas. E o pior: falta aqui contabilizar o salário do treinador, algo que o lourinhanense deixou de parte.

Para fazer face a essa despesa, Gastão Elias mostrou também o recibo do que tem a receber pelo facto de ter perdido na ronda inaugural. Em causa estão… 350 euros depois dos impostos deduzidos. “Sou basicamente um top 200 e é suposto viver com isto!”, partilhou no Instagram. Uma questão que deve fazer todos aqueles que vivem no mundo do ténis refletir.

Em jeito de comparação, podemos também lembrar um dos melhores exemplos dos últimos anos no que ao circuito Challenger diz respeito. Tallon Griekspoor fez história em 2021, ao conquistar oito títulos Challenger, um recorde absoluto. Contas feitas, o prize money recolhido foi de 55 mil euros (sem deduzir impostos), mas ganhou 100 mil… só por jogar duas rondas no US Open.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt