Nuno Borges: «Dificilmente 2020 poderia ter sido melhor»

Nuno Borges: «Dificilmente 2020 poderia ter sido melhor»

Por José Morgado - novembro 30, 2020
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Nuno Borges, número 398 do ranking mundial, foi eliminado esta segunda-feira na primeira ronda do Maia Open, torneio Challenger disputado na sua cidade, e no final do encontro admitiu não ter conseguido acompanhar a qualidade de jogo do espanhol Bernabé Zapata Miralles, 155.ª ATP e um dos principais candidatos a vencer este torneio.

“Não consegui manter o nível do primeiro set. A meio do segundo senti que já não conseguia acompanhar o nível dele. Houve ali um ou dois pontos em que não consegui estar tão bem. Não sei se ganharia o encontro, mas teria sido um pouco diferente em termos de resultado. Depois de ganhar o primeiro set e começar melhor no segundo set, ele abriu as asas e eu senti que já não tinha pernas nem ténis para ele”, confessou Borges em conferência de imprensa, sem esconde que custa mais perder em casa. “Dói mais aqui. Último torneio do ano, queria terminar bem, mas não posso ganhar os encontros todos.”

Borges lembrou que o seu rival tem muito mais experiente, não só nesta superfície como neste nível de torneios. “Tenho competido pouco em terra. Senti-me bem a jogar, mas ele já jogou mais Challengers do que eu Futures. Tem outra rodagem e já passou por muito mais do que eu. Eu preciso de manter o nível para a próxima se me quiser manter taco a taco. No ano passado passei aqui uma ronda mas não estava a jogar tão bem.”

Antes de ir de férias, falta ainda jogar o torneio de pares ao lado de Francisco Cabral. “É sempre para ganhar. Último torneio de 2020 e vamos tentar ir até onde conseguirmos. Vamos aproveitar e desfrutar um bocadinho. Às vezes jogar pares logo a seguir até ajuda a desanuviar.”

O maiato de 23 anos, que saltou mais de 200 posições no ranking este ano apesar de não ter podido competir no circuito internacional durante seis meses, faz um balanço positivo de um ano em que ganhou três títulos ITF e somou 31 vitórias, para além de três troféus no circuito sénior, incluindo um primeiro título nacional. “Dificilmente 2020 poderia ter sido melhor. Termino com a sensação que ganhei quase os encontros todos. Jogos que não merecia ganhar, outros que merecia ganhar, uns em que nem sei como ganhei. Nunca pensei que chegaria ao top 400. É bastante impressionante para mim e só tenho coisas positivas a tirar deste ano.”

Borges já pensa naquilo que vai fazer durante as próximas semanas. “Quero tirar uns dias. Só tenho pensado no ténis e faz bem desanuviar. Depois vou treinar mais físico para treinar ainda mais forte. Em janeiro volto a ‘full’ e pronto para voltar outra vez”, garantiu, ainda que admita não saber onde. Os Challengers são a aposta para 2021. “O calendário não está planeado ainda. Austrália vai ser adiado, está tudo em aberto, mas queria jogar o máximo de Challengers em 2021. Num ano normal, acho que já conseguiria jogar bastantes quadros principais. Mesmo que tenha de jogar uns qualies ou alguns ITFs, tenho de aproveitar para subir mais um bocado.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com