Venus Williams deixa mensagem forte: «O racismo não deve prevalecer»

Venus Williams deixa mensagem forte: «O racismo não deve prevalecer»

Por Tiago Ferraz - junho 12, 2020
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A campeoníssima norte-americana Venus Williams recorreu às suas redes sociais para deixar uma mensagem forte contra o racismo.

Numa publicação feita há uns dias na rede social Instagram, Venus Williams reagiu com veemência a tudo o que se tem passado nos Estados Unidos da América.

“Entristece-me, realmente, que tenhamos precisado de vários atos de brutalidade policial para que as pessoas percebam que o racismo está bem presente nos Estados Unidos. Não devia estar. Isto é apenas uma demonstração horrível do racismo e de uma forma superficial. Vejamos: Se a brutalidade policial pode existir e ser tolerada durante tantos anos, imaginem os terríveis atos de racismo que o nosso país tem: no trabalho, no sistema judicial, no sistema de saúde e na educação. Denunciar o racismo no passado era algo não muito popular. Era mau falarmos disto. Ninguém acreditava que isto era uma realidade. Enquanto não estiveres na pele de um afro-americano é impossível entender os desafios que enfrentas neste país (EUA) e neste mundo. Entre outras coisas, isto inclui não ser ouvido e pensar que o racismo existe a todos os níveis. Estou impressionada com a onda de solidariedade que emergiu por toda a América. Fez-me chorar. No passado, eu tive que lutar pela igualdade salarial para todas as mulheres nos torneios do Grand Slam. Para que isto se entenda melhor, tal como o sexismo não é um tema só para mulheres, o racismo não é um tema só para os negros. Quando lutamos por essa igualdade, ganhámos. Quando os grupos que são maioritários continuam calados, quando escolhem o lado da desconfiança inconscientemente acabam por justificar a opressão dos grupos marginalizados. Aqueles que têm poder e privilégios têm mais facilidade para ser escutados. Devem exercer esse privilégio de forma contínua. Devemos ganhar! Não podemos deixar que o racismo prevaleça. Temos que amar, respeitar, ouvir e acreditar uns nos outros ainda que nunca possamos compreender e colocar-nos na pele do vizinho do lado. Devemos continuar a denunciar estas situações. Devemos manifestar-nos amanhã, nos mês que vem, no ano que vem, todos os dias até que haja igualdade para os afro americanos. Estou muito feliz e aliviada por ser ouvida enquanto afro-americana. Rezo por aqueles que perderam as suas vidas e para que todas as famílias norte-americanas possam, finalmente, acordar e agir”, disse.

 

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I am deeply saddened that it has taken multiple acts of police brutality to make people painfully aware of the racism that still pervades America. It shouldn’t. This just scratches the surface of the hideous face of racism in America. Take a moment to imagine this: If police brutality can exist and be tolerated so many years at this scale, imagine the other insidious acts of racism that permeate our country: In the workplace. In the justice system. In the healthcare system. In the education system. … Speaking up about racism in the past was unpopular. It was shunned. No one believed you. Until you have walked in these shoes, as an African American, it is impossible to understand the challenges you face in the country, in this world. What it is like to be unheard, thought of foolish, silly or reckless to believe that racism still exists at every level. This is no longer falling on deaf ears. I’m amazed at the solidarity that has erupted across the USA. It has brought me to tears. In the past, I had the honor of fighting for equal prize money for all women’s players at the grand slams in tennis. To make this even more simple to understand, just as sexism is not only a “women’s issue,” racism is not only a “black issue.” When we fought for and won equal prize money, everyone pitched in, men and women, all colors all races. And we won. When the majority groups stay quiet, when they sit in the chair of disbelief, they unwittingly condone the oppression of marginalized groups. Those with power and privilege actually have an easier time getting heard. They must CONTINUALLY exercise that privilege! We MUST win! We cannot let systematic racism persist. We have to love one another. Help one another. Listen to one another, believe one another, even if we don’t understand or will never walk in our neighbor’s shoes. Keep speaking out. Speak out today, tomorrow, next month, next year, each and every day until all is equal for African Americans. I am so happy, so relieved, as an African American, to finally be heard. I pray for those who have lost their lives and for their families so America could finally wake up and act. #blacklivesmatter

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Coco Gauff ou Taylor Townsend são algumas das tenistas que também já falaram sobre o tema.

 

 

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Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.