Tursunov explica ter deixado Raducanu: «Havia bandeiras vermelhas que não podia ignorar»

Tursunov explica ter deixado Raducanu: «Havia bandeiras vermelhas que não podia ignorar»

Por Pedro Gonçalo Pinto - outubro 26, 2022

Dmitry Tursunov quis colocar os pontos nos is depois de deixar Emma Raducanu para trabalhar com Belinda Bencic. Ou melhor: depois de deixar Raducanu e eventualmente surgir a oportunidade de treinar Bencic. Assim é que está certo, como o treinador russo fez questão de referir em entrevista ao Tennis Majors, numa conversa em que também detalha a situação de Emma e o potencial e perigos para o futuro.
NÃO DEIXOU RADUCANU PARA FICAR COM BENCIC

Não fiz isso, não é verdade. Eu ia deixar a Emma independentemente de haver uma jogadora disponível ou não. Não concordámos em algumas coisas e houve bandeiras vermelhas que não podia ignorar. Por isso é frustrante ler que a deixei pela Belinda. Não estava a saltar de uma jogadora para outra, não faria isso. O nosso período de teste terminou no US Open e eu fiquei por perto, a ver se podia impressionar (risos). Queria muito fazer resultar.

ELOGIOS À BRITÂNICA

Primeiro de tudo, ela é ótima, trabalha muito e não pensa ou age como uma super estrela. Tem vontade de melhorar e é obcecada por ténis. É uma combinação rara, por isso adorei trabalhar com ela e queria mesmo fazer funcionar. Foi uma decisão muito difícil deixar uma jogadora de que gosto e que respeito. Na minha opinião, ela é no mínimo um projeto de um ano, mas provavelmente um de dois anos e meio para ser seguro. Mas é difícil dizer isto e é difícil as pessoas perceberem isto porque ela já ganhou o US Open. O jogo dela ainda está muito jovem e precisa de melhorar em muita coisa. Vai demorar, mas como lhe disse a ela e a toda a gente na equipa dela, ela só precisa de ter uma única voz e tentar isso durante um tempo. Se não resultar, risca isso da lista.

AVISOS PARA RADUCANU

Ela tem um potencial tremendo. É extremamente talentosa, muito atlética e coordenada, pelo que consegue sair de situações que outras jogadoras não conseguem. Os ingredientes são muito bons, mas ainda dá para estragar. Senti que era um projeto interessante, mas muito a longo prazo, e como treinador queres ter a crença de que vais ter trabalho durante esse tempo todo. Mas com a situação atual dela em relação a treinadores, há sempre um pensamento na cabeça de quem a orienta. Queria muito encontrar uma solução para continuar e foi por isso que continuei umas semanas depois do US Open. Mas no fim não chegámos a acordo e tive de sair. A Belinda não teve nada a ver com isso.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt