Thomas Muster: «Já não há especialistas de terra batida»

Thomas Muster foi um grande tenista, tendo vencido 40 dos seus 44 títulos sobre o pó de tijolo. O austríaco era até apelidado de “Rei da Terra” nos anos 90, tendo ganho 422 encontros em 549 nessa mesma superfície. Pode-se dizer que era um verdadeiro especialista, algo que parece que se está a perder como o ex tenista disse ao INDIAN EXPRESS.

“Agora não há especialistas e está tudo mais aberto. Nós tínhamos uma temporada indoor, outra de hardcourt e uma de terra batida. Agora está tudo misturado. Há 20 anos, os tenistas de terra batida tinham que fazer todos os seus pontos em quatro meses. Não havia possibilidade de um tenista como eu vencer o Goran Ivanisevic em relva porque os grandes serviços eram sempre uma ameaça” diz Muster, ele que nunca passou da primeira ronda de Wimbledon.

O austríaco acrescenta que agora qualquer tipo de jogador consegue fazer pontos em qualquer superfície. “Na atualidade tens mais tempo para fazer pontos, não é como antes. Podes competir nos torneios que quiseres.”

Muster foi um grande jogador de fundo de court e recebe pedidos de jogadores em atividade que querem conselhos sobre como jogar na linha de fundo. “Cresci na terra batida. Aprendemos a jogar nessa superfície. A técnica que desenvolves provém de jogar regularmente nesse tipo de superfície. A chave consiste em fazer poucos erros e lutar até ao último ponto. As pessoas diziam-me que só sabia jogar do fundo do court mas para jogar em terra batida deves servir bem, estar em boa forma física e responder bem.” explica o antigo campeão de Roland Garros.

É uma reflexão interessante de um grande entendido deste desporto e que nos ajuda a constatar que os tipos de superfície são cada vez mais parecidos, estando no geral mais lentos. Muster é mais um dos que afirmam que se joga de forma praticamente igual em todas as superfícies.