Stakhovsky: «Claro que tenho medo! Mas se a Ucrânia perde esta guerra desaparece do mapa»

Stakhovsky: «Claro que tenho medo! Mas se a Ucrânia perde esta guerra desaparece do mapa»

Por Pedro Gonçalo Pinto - março 17, 2022

Sergiy Stakhovsky voltou a ser tema de conversa, mas por motivos que certamente esperava que não existissem. O ex-tenista ucraniano voltou ao seu país para combater na guerra e tentar contrariar a invasão russa, algo que continua a fazer em Kiev. No meio de todos os esforços, Stakhovsky deu uma entrevista ao jornal Marca, onde explica tudo o que lhe vai na cabeça, especialmente o que o fez voltar para a guerra.

“Estamos a falar do meu país. A Rússia e Vladimir Putin disseram várias vezes que a Ucrânia nunca existiu e que foi criada pela União Soviética. Se a Ucrânia perde esta guerra desaparece do mapa e dos livros da história. Nem havia país para voltar. Teria a nacionalidade de um país que nunca existiu e não estou disposto a isso”, confessou.

Questionado sobre se acredita que um acordo de paz está à vista, Stakhovsky dá uma resposta clara. “Não confio nas palavras de nenhum russo neste momento. Mas não sou a pessoa para tomar essas decisões. Temos um presidente no qual confiamos e acreditamos que vai fazer o melhor. Acreditar nos russos é como acreditar que um assassino que acaba de matar uma família é inocente. É a mesma coisa”, atirou.

E será que Stakhovsky tem medo do que está a viver? Sem dúvida. “Claro que tenho medo! Só os estúpidos não têm medo. Mas felizmente não há fogo cruzado em Kiev porque as tropas russas não conseguem entrar em Kiev. Há muitas barreiras. O único vem do céu por causa das bombas. Claro que penso em voltar a casa todos os dias. Tenho três filhos, mas estamos no meio de uma guerra e ninguém entre os 18 e os 60 anos pode abandonar o país. Quando isto acabar volto para casa e nunca mais deixo a minha família”, rematou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt