Sinner já pensa no futuro: "Se quero ganhar mais, tenho que continuar melhorando"

Sinner já pensa no futuro: “Se quero ganhar mais, tenho que continuar melhorando”

Por Nuno Chaves - janeiro 28, 2024

Jannik Sinner viveu um dia que jamais vai esquecer ao conquistar o Australian Open, seu primeiro Grand Slam da carreira. O italiano fez uma recuperação épica e, aos jornalistas, falou do turbilhão de emoções que viveu e até se revelou surpreendido com o início de Daniil Medvedev, que chegou a estar vencendo por 2 a 0.

INÍCIO MUITO FORTE DE MEDVEDEV

Esperava algo diferente dele, tinha a sensação de que podia ser um pouco mais agressivo que o normal, mas não tão agressivo. Jogou muito bem durante os primeiros dois sets ou dois sets e meio. Tentei jogar no mesmo nível, tentando aproveitar as minhas oportunidades no terceiro set e consegui. Simplesmente tentei aguentar em quadra o maior tempo possível, sabendo que ele tinha passado muitas horas em quadra. Por isso, quanto mais avançava o jogo, talvez eu ficasse melhor fisicamente. Essa foi a chave.

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PRESSÃO EM GANHAR UM GRAND SLAM?

Sim, há sempre pressão, mas é algo bom isso. Você tem que levar de uma boa maneira, é um privilégio. Não há muitos jogadores que tenham este tipo de pressão, mas, por outro lado, quando você tem pressão tem sempre que pensar que as pessoas acreditam realmente que você pode conseguir. Gosto de estar com esta pressão, não sei como dizer. Pessoalmente gosto porque é quando consigo tirar o meu melhor tênis. Também estou bastante relaxado nesta ocasião, porque tento sempre desfrutar em quadra. Creio que a pressão é um privilégio.

COMO É VENCER UM GRAND SLAM AOS 22 ANOS?

É especial em qualquer sentido porque é um grande troféu. É especial quando você vê os grandes nomes no sorteio e pode ganhar, sinto-me um privilegiado só de estar na chave e tentar ganhar dos outros jogadores. Quanto mais você avança, menos pessoas você vê no vestiário ou no refeitório, isso faz você se sentir bem e você sabe que está fazendo um bom torneio. E essa foi exatamente a sensação que tive nas últimas três rodadas porque nas quartas de final já está bastante vazio. É uma sensação realmente boa.

QUANDO SENTIU QUE PODIA GANHAR UM GRAND SLAM?

Creio que só nesta temporada. Não sentia no ano passado, nem há dois. Conhecer melhor o meu corpo e a minha equipe foi um passo muito importante para mim. No ano passado tentámos ter melhores resultados e comecei muito bem nos torneios indoor, depois em Indian Wells fiz semifinais, final em Miami. Em Mônaco cheguei às semis, assim como em Wimbledon. Consegui muitos bons resultados. Creio que isso me fez acreditar que posso competir contra os melhores. Agora tenho que processar o que fiz, é um grande momento para mim e para a minha equipe, mas, por outro lado, também sabemos que temos que melhorar se queremos ter outra oportunidade de levantar um Grand Slam. O processo e o trabalho duro, de vez em quando, dão os seus frutos.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.