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Relato aterrador de Stakhovsky: «Tive de dizer aos meus três filhos que não sabia quando voltava»
Sergiy Stakhovsky deu muito que falar a partir do momento em que tomou a corajosa decisão de sair do conforto do lar na Eslováquia para defender a sua Ucrânia da invasão da Rússia. O tenista de 36 anos, que se retirou no início desta temporada, fez um relato impressionante daquilo que tem vivido por estes dias no coração de Kiev.
“Foi uma decisão realmente complicado. Tenho uma mulher e três filhos, que adoro. Tive de lhes dizer que não sabia quando voltava. Às vezes é difícil dormir tendo isto tudo na cabeça. Mas agora sinto-me aliviado por estar em Kiev porque vejo muita energia nos olhos de toda a gente. Atravessei a fronteira a pé desde a Eslováquia e vi como está tudo bem organizado. Todos querem ajudar para ganhar”, atirou a um portal australiano.
Questionado sobre como é estar na guerra, Stakhovsky descreveu tudo. “Não vi tanques, mas ouvi-os, tal como os ataques aéreos, bombardeamentos e explosões não muito longe de mim. Tendo em conta o que vi, as pessoas não estão felizes por não ver os russos. Até parece que os querem encontrar. No solo, os russos não estão nada motivados e nós sim. Temos uma razão para lutar e morrer, eles não. Eles atacam pelo ar, bombardeiam com aviões e contra isso não podemos fazer nada. Kiev está rodeada pelo ar. Derrubaram 67 edifícios em dois minutos. É uma loucura”, reconheceu.
Por outro lado, Stakhovksy admite que se for preciso, vai pegar nas armas e lutar. “O nosso objetivo é ajudar as pessoas que estão na rua e têm filhos e familiares que não conseguem sair do país. Tentamos colocá-los em lugares mais seguros. Fazemos tudo o que é possível. Não sou um soldado, nunca peguei numa arma, nunca disparei contra ninguém. Mas se for preciso vou fazê-lo. Claro que tenho medo. Só os idiotas não têm medo”, rematou.
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