Relato aterrador de Stakhovsky: «Tive de dizer aos meus três filhos que não sabia quando voltava»

Relato aterrador de Stakhovsky: «Tive de dizer aos meus três filhos que não sabia quando voltava»

Por Pedro Gonçalo Pinto - março 3, 2022

Sergiy Stakhovsky deu muito que falar a partir do momento em que tomou a corajosa decisão de sair do conforto do lar na Eslováquia para defender a sua Ucrânia da invasão da Rússia. O tenista de 36 anos, que se retirou no início desta temporada, fez um relato impressionante daquilo que tem vivido por estes dias no coração de Kiev.

“Foi uma decisão realmente complicado. Tenho uma mulher e três filhos, que adoro. Tive de lhes dizer que não sabia quando voltava. Às vezes é difícil dormir tendo isto tudo na cabeça. Mas agora sinto-me aliviado por estar em Kiev porque vejo muita energia nos olhos de toda a gente. Atravessei a fronteira a pé desde a Eslováquia e vi como está tudo bem organizado. Todos querem ajudar para ganhar”, atirou a um portal australiano.

Questionado sobre como é estar na guerra, Stakhovsky descreveu tudo. “Não vi tanques, mas ouvi-os, tal como os ataques aéreos, bombardeamentos e explosões não muito longe de mim. Tendo em conta o que vi, as pessoas não estão felizes por não ver os russos. Até parece que os querem encontrar. No solo, os russos não estão nada motivados e nós sim. Temos uma razão para lutar e morrer, eles não. Eles atacam pelo ar, bombardeiam com aviões e contra isso não podemos fazer nada. Kiev está rodeada pelo ar. Derrubaram 67 edifícios em dois minutos. É uma loucura”reconheceu.

Por outro lado, Stakhovksy admite que se for preciso, vai pegar nas armas e lutar. “O nosso objetivo é ajudar as pessoas que estão na rua e têm filhos e familiares que não conseguem sair do país. Tentamos colocá-los em lugares mais seguros. Fazemos tudo o que é possível. Não sou um soldado, nunca peguei numa arma, nunca disparei contra ninguém. Mas se for preciso vou fazê-lo. Claro que tenho medo. Só os idiotas não têm medo”, rematou.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt