Pedro Araújo e as semanas especiais após memorável Estoril Open: «Dei um autógrafo nas aulas de código»

Pedro Araújo e as semanas especiais após memorável Estoril Open: «Dei um autógrafo nas aulas de código»

Por José Morgado - junho 21, 2022
pedro-araujo

Pedro Araújo alcançou esta segunda-feira uma excelente vitória na primeira ronda do Challenger de Oeiras, no Jamor, naquela que é mais uma oportunidade que está a ter de competir a um nível elevado. Há sete semanas, o jovem lisboeta de 20 anos foi o único jogador português a vencer um encontro no qualifying do Millennium Estoril Open e a sua prestação diante de Pablo Cuevas encantou quem o viu jogar, rendendo-lhe muitas abordagens, fotos e autógrafos para as semanas seguintes, pautadas igualmente pelo regresso — ainda que afetado por uma lesão — à realidade que ainda é a sua: os torneios ITF.

BOM TRIUNFO NA PRIMEIRA RONDA DIANTE DE LOKOLI

Sinto-me muito feliz, foi uma vitória muito boa. Curiosamente foi a segunda vez que ganhei a este jogador depois de salvar um match point, já o o tinha feito no ano passado em Loulé. Ele está sem dúvida a jogar melhor, está com muita confiança, já ganhou cinco torneios ITF este ano e isso notou-se na primeira parte do encontro. Na parte final tive de lutar muito, estava a sentir-me bem e senti que depois de salvar o match point fiquei por cima. Se calhar ele lembrou-se do match point que teve em Loulé e eu também consegui lembrar-me disso e aproveitei

PRIMEIRO SET DIFÍCIL

Eu senti que ele entrou muito forte no primeiro set. Precisava de jogar muitas pancadas boas durante o ponto para ganhá-lo. Ele falhou pouco, mas nem me senti a jogar mal. A partir do segundo set consegui jogar melhor, impor mais o meu jogo, meter mais intensidade e fazer mais mossa com a direita.

TERCEIRO ENCONTRO COM LOKOLI, PRIMEIRO EM TERRA

Talvez em terra seja melhor para mim contra ele. Tenho treinado mais em rápido, mas tive aqui três dias de adaptação à terra batida e tenho-me sentido bem. Treino muito aqui, é como se fosse a minha segunda casa, o meu segundo clube.

ALGUMAS SEMANAS SEM COMPETIR

Na semana passada fui jogar a Espanha, as coisas não me correram bem, mas tenho treinado bem. Sentia-me bastante bem antes deste torneio. Esperava um jogo duro porque sabia que ele estava a jogar muito bem e tem evoluído bastante.

https:\/\/bolamarela.pt//bolamarela.pt//bolamarela.pt/pedro-araujo-salva-match-point-e-soma-primeira-vitoria-challenger-do-ano/

DANIEL MICHALSKI NA SEGUNDA RONDA

Não conheço nada dele. Seria ótimo avançar pela primeira vez para os quartos-de-final de um Challenger e certamente terei tempo para analisar como ele joga. Espero jogar bem e ter as minhas hipóteses.

PONTOS IMPORTANTES

Não olho muito para os pontos, já ganhei alguns encontros em Challengers e sei que dá 7 pontos, mas tento abstrair-me. Não é novidade para mim e acho que consigo lidar bem com isso. Estava mais focado em mim.

ALGUNS SORTEIOS COMPLICADOS AO LONGO DOS ANOS EM CHALLENGERS

Já ganhei algumas vezes aqui a cabeças-de-série, tanto do qualifying como do quadro principal. Eu sei que todos os jogadores destes torneios têm bastante bom nível e tento sempre jogar o meu jogo. Evoluí bastante de há um ano para cá, sinto-me a jogar melhor, tenho mais soluções e é normal que comece a ganhar mais.

SEMANAS DESAFIANTES DEPOIS DO ESTORIL OPEN

Depois do Estoril Open fui logo para a Alemanha jogar um ITF e senti alguns problemas físicos, mas senti que durante aqueles primeiros dias tinha menos energia. No Estoril foram muitas pessoas, dias longos, muito contacto com pessoas a que não estou habituado. Mas não tive problema em voltar aos Futures porque sei que essa é a minha realidade. Claro que estou mais confortável a jogar nestas condições de ATP ou Challengers, mas as coisas são como são.

MAIS ‘FAMOSO’ DEPOIS DO ESTORIL OPEN

Ainda há um dia, ontem, uma menina pediu-me uma fotografia. E uma vez numa aula de código houve outra rapariga que me pediu um autógrafo. Ultimamente tem acontecido pouco, mas é sempre agradável. Aquela experiência do Estoril Open foi incrível, diverti-me a jogar, gostei de jogar e acho que as pessoas gostaram de me ver. Consigo bater-me bem com jogadores de outro nível.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt