Pablo Andujar: «O ténis sem público perde a sua essência»

Pablo Andujar: «O ténis sem público perde a sua essência»

Por José Morgado - junho 8, 2020
andujar

Pablo Andujar, número 53 do ranking ATP, foi um dos quatro tenistas a participar no torneio quadrangular que se realizou este fim-de-semana em Alicante e que foi o primeiro torneio pós-coronavírus em Espanha. A prova foi jogada em público e o experiente tenista de Cuencaa, de 34 anos, não esconde que a sensação de competir sem espectadores é… estranha.

É lógico que está tudo um pouco frio ainda. O ténis, como qualquer outro desporto, perde a sua essência sem a presença do público. No meu caso, estou a tentar descobrir como podemos encarar a modalidade desta forma e continuar a entreter o público sem que eles estejam presentes”, confessou em conferência de imprensa após perder os seus encontros com Alex De Minaur e Pablo Carreño Busta.

Andujar falou sobre as novas medidas de segurança. A primeira coisa que fazemos é medir a temperatura antes de entrar em court. Todos nós os quatro passámos no teste do coronavírus e então estamos prontos para jogar. Depois usamos uma máscara até chegar ao banco, lá lavamos as mãos com gel, conversamos com o árbitro sempre respeitando a distância e, após cada partida, desinfetam-se os bancos”.

E será que vai haver US Open? Andujar tem a sua opinião. Os jogadores querem jogar. Primeiro, porque gostamos de competição e, segundo, porque trabalhamos por conta própria. Não somos jogadores de uma equipa que tem dinheiro garantido. Neste momento estamos sem ganhar dinheiro, sem ser pagos pelo nosso trabalho. Os jogadores vão adaptar-se ao que quer que seja porque o que queremos é jogar. Agora, ninguém nos comunicou nenhuma dessas medidas e estamos a dois meses do torneio. Acho que estão a falhar nesse aspeto. Neste momento, aqui em Alicante, estamos a adaptar muito bem às condições, mas é claro que somos só quatro. Num torneio de 128 jogadores, será mais complicado”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com