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Os 6 courts mais insólitos da Taça Davis
Ténis jogado nos locais mais inapropriados. Aparentemente. É sobre isso que se seguem as próximas linhas, escritas tendo como ponto de partida o mote dado pela seleção francesa, que, surpreendentemente, leva o ténis a Guadalupe, nas Caraíbas.
Mas ainda que Velodrome Amedee Detraux, habitualmente utilizado para competições de ciclismo, onde gauleses e canadianos lutam pela vitória entre amanhã e domingo, esteja, por estes dias, a monopolizar as atenções pelas paisagens paradisíacas a ele associadas, não é, na verdade, dos locais mais insólitos onde se disputou uma eliminatória da Taça Davis.
Ora atente.
1. O maior de todos: Grand Stade de Lille
O tamanho importa. Era pelo menos essa a convicção da seleção francesa quando decidiu levar a final da Taça Davis 2014 para o estádio de futebol do Lille, o Stade Pierre Mauroy, que contou com quase 27 500 espectadores. Um recorde de audiências absoluto na competição por equipes, que não se revelou tão proveitoso como os gauleses gostariam. A Suíça de Roger Federer e Stan Wawrinka decidiu provar que, nestas coisas, o desempenho conta sempre mais.
2. O mais intimidativo: Praça de touros de Córdoba
Em 2011, a Espanha decidiu começar a mostrar a sua raça mesmo antes de pisar o court, ao anunciar que a meia-final diante da França seria jogada na mítica Praça de touros de Córdoba. Num local onde os animais são tradicionalmente condenados à morte, os 1600 lugares foram poucos para os que quiseram ver Rafael Nadal a dar valentes marradas em Richard Gasquet e Jo-Wilfried Tsonga para colocar a Espanha na final que acabariam por vencer diante da Argentina.
3. O mais histórico: Arena de Nimes
Quais gladiadores, os gauleses usaram o antigo anfiteatro romano da cidade francesa de Nimes em três ocasiões para responsabilidades da Taça Davis. Da escolha resultaram duas vitórias e uma derrota para “Les Bleus”, num bonito e histórico cenário, que estará na memória dos franceses principalmente pela eliminatória diante da Austrália, em 1991. Com o confronto dos quartos-de-final empatado, o capitão Yannick Noah decidiu lançar para a arena um inexperiente mas valente guerreiro de 18 anos chamado Fabrice Santoro. Com recurso a quatro sets, aquele que viria a ser conhecido como “o mágico” colocou a França na final, que acabaria por vencer meses mais tarde, em Lille.
4. O mais antigo: Longwood Cricket Club
Dwight Davis era aluno do quarto ano na aclamada Universidade de Harvard quando, em 1899, decidiu pegar no conceito na América Cup de vela, que opunha americanos e britânicos, disputada nesse verão, e adaptá-lo ao seu desporto de eleição, o ténis. Um ano mais tarde, entre 7 e 10 de agosto o duelo entre os dois países voltava a acontecer, mas já no Longwood Cricket Club em Boston. Competição começou por se chamar Lawn Tennis Challenge International, mas viria mais tarde a ganhar o nome de BNP Paribas Davis Cup, em homenagem ao seu fundador, falecido em 1946. Desde esse primeiro confronto, disputaram-se mais 14 em Longwood, tendo o último deles acontecido em 1999, com a Austrália de Pat Rafter a derrotar os EUA de Pete Sampras.
5. Mais alto: Quito Tennis Club
Os jogadores equatorianos não são propriamente conhecidos pelos seus altos voos nos circuitos principais, mas quando toca a jogar nas alturas não há pai para eles. Se é verdade que é sobre a cidade de Guayaquil, a maior do Equador, que recai as eliminatórias da Davis têm lugar, mentira não é que, volta e meia, a seleção equatoriana leva os seus adversários para a capital, Quito. Uma decisão que os coloca logo em vantagem, ou o Quito Tennis Club não estivesse a 2800 metros acima da água do mar. A última vez que isso aconteceu foi em 2003, diante da Roménia.
6. O mais sinistro: Estádio Nacional de Chile
Se há história que prova que os desafios de hoje não são os de ontem, dentro e fora do court, é esta. Vejamos: Pinochet chegara ao poder há três anos quando, em 1976, o Chile aguardava a URSS para a meia-final da maior competição por equipas, mas a seleção visitante nunca chegou a aterrar em Santiago, a capital chilena.
Os soviéticos quiseram protestar contra a ditadura e o Chile foi declarado vencedor, desafiando os italianos na final, que não se recusaram a viajar para a América do Sul, mas que não ficaram sem mostrar o seu total desagrado com as políticas daquele país. A jogarem no Estádio Nacional, que foi usado como campo de concentração da ditadura, em 1973, os italiano optaram por substituir o azul dos seus equipamentos pelo vermelho, cor desprezada pelo General Pinochet, no decisivo encontro de pares. Vitória italiana!
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