Nishikori jogava muitas modalidades, mas explica por que razão escolheu o ténis

Nishikori jogava muitas modalidades, mas explica por que razão escolheu o ténis

Por José Morgado - maio 16, 2020
Nishikori
Japan’s Kei Nishikori celebrates after his victory (3-6, 6-3, 6-4) against Germany’s Alexander Zverev during their semi final match at the Monte-Carlo ATP Masters Series tournament on April 21, 2018 in Monaco. (Photo by YANN COATSALIOU / AFP) (Photo credit should read YANN COATSALIOU/AFP/Getty Images)

Kei Nishikori, de 30 anos, é milionário, medalhado olímpico e finalista de Grand Slam, mas houve tempos em que ponderou dedicar-se a outra modalidade. Antes de viajar para a Florida aos 15 anos, onde se tornou depois num dos melhores jogadores da sua geração, o japonês chegou a praticar outros desportos, mas explicou em entrevista a razão pela qual o ténis falou mais alto.

“O ténis é uma mistura entre o boxe e o xadrez. Em termos de mentalidade, é muito parecido com o boxe, com a diferença que não coloca o teu físico tanto em risco pois não há contacto físico. Depois há o lado tático: tentar apanhar constantemente o adversário desprevenido. Quando era mais jovem joguei futebol, basebol, fiz natação, mas sempre adorei confrontos um contra um”, assumiu o antigo top 4 mundial, que antes da paragem por causa do coronavírus estava afastado do circuito há seis meses devido a lesão.

Nishikori, melhor jogador da história do Japão, assume que quando começou a jogar ténis não gostava tanto da modalidade como gosta hoje. “Eu adorava basquetebol, por exemplo, mas os meus pais insistiram que eu apostasse no ténis e de facto era essa a modalidade que eu jogava melhor. Mas talvez não gostasse tanto dela como agora. Adoro a modalidade, a sensação de ganhar sozinho, de antecipar os pensamentos do outro, de derrotá-lo. É muito especial”.

Apesar do último ano muito difícil, Nishikori, em que em 2019 chegou aos quartos-de-final de três dos quatro Grand Slams (só falhou no US Open, onde já jogou lesionado no cotovelo direito), acredita que ainda vai melhorar. “Tenho muita margem de progressão ainda. Acredito que aos 30 anos ainda tenho a capacidade de melhorar e persigo o sonho de voltar a jogar a final de um Grand Slam”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com