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Naomi Osaka: a jovem prodígio japonesa… que tem medo de jornalistas japoneses
Em tenra idade e ainda com pouca experiência no circuito profissional feminino Naomi Osaka já chamou a atenção do mundo do ténis em duas ocasiões: quando derrotou Sam Stosur, há dois anos, e nesta quinta-feira no Open da Austrália, depois de derrotar a 18.ª cabeça-de-série, Elina Svitolina, rumo a uma inédita terceira ronda do Grand Slam. Mas quem é esta jovem prodígio do ténis feminino?
Nascida a 16 de outubro de 1997, Naomi Osaka nasceu precisamente em Osaka, a segunda maior cidade do Japão. Filha de pai haitiano e de mãe japonesa, a jovem desde cedo que foi habituada a grandes viagens depois de a sua família se ter mudado para a Florida, permitindo que a sua filha treinasse nas melhores academias. Hoje em dia, Osaka é orientada pelo seu pai mas recebe também conselhos da Federação Japonesa de Ténis quando está no país natal.
“Todo este tempo estive à espera de fazer 18 anos”, confessou hoje Osaka, para que desta forma se livrasse da limitação imposta aos menores de idade. A japonesa disse até que isto é um favor que a ajuda a jogar melhor: “provavelmente agora penso que tenho 18 anos e que posso jogar mais encontros em vez de stressar demasiado com o facto de poder disputar poucos torneios!”.
Com uma participação inexistente pelo circuito junior, Osaka desde cedo que começou a somar finais no circuito ITF sem nunca ter conseguido arrecadar qualquer troféu: entre junho de 2013 e junho de 2015 foram quatro, três delas em piso rápido. A somar à conta está ainda a final disputada no WTA de 125 mil dólares em Hua Hin, na Tailândia, onde perdeu um encontro bastante disputado com Yaroslava Shvedova. O seu nome começava a ser ouvido cada vez mais.
Naquela que é a sua segunda participação num torneio do Grand Slam – a primeira em quadros principais -, a jovem de 19 anos está já na terceira ronda e pronta para travar uma batalha com Victoria Azarenka, isto depois de uma série de encontros com a imprensa a que muito provavelmente não estava habituada. E por falar em imprensa…
Japonês é algo que não lhe assiste
Logo após a vitória desta quinta-feira, Naomi Osaka encontrou-se com os jornalistas para a habitual conferência de imprensa. Com tudo pronto para começar, o assessor de imprensa questionou a sala: “questões em inglês em primeiro?”. Ao que a jovem depressa respondeu: “em inglês apenas!”
Com a sua mudança para os Estados Unidos enquanto ainda era nova, Osaka teve muito mais contacto com o inglês do que com o japonês e, apesar de representar o seu país nas competições internacionais, não está propriamente à vontade com o idioma, embora seja uma fã assumida da gastronomia.
Por esta mesma razão, Naomi Osaka, número 127 do mundo, tem receio de falar a sua língua-mãe em público por ainda estar em processo de aprendizagem: “fico muito nervosa quando os ouço! Às vezes parece que eles estão a cantar rap e eu nem oiço a primeira parte das questões. Depois pareço uma idiota e não quero que isso aconteça”.
Para alegria da sala, um jornalista questionou Osaka sobre o que seria mais difícil de enfrentar: um grupo de imprensa japonês ou jogar em frente a dez mil pessoas num Grand Slam. “Essa é uma pergunta muito maldosa“, brincou a jovem, que se recusou a responder. Até poderão não ser dez mil, mas Naomi Osaka terá certamente muitos olhos em quando chegar a altura de medir forças com Victoria Azarenka.
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