Nalbandian: a história do 'mágico' que bateu o Big 3 no mesmo torneio

Nalbandian: a história do ‘mágico’ que bateu o Big 3 no mesmo torneio

Por Tiago Ferraz - agosto 4, 2020
nalbandian

Nesta fase em que o circuito está parado devido à pandemia de coronavírus o Bola Amarela não esquece os nomes históricos da modalidade que todos amamos e, nesse sentido, foi à procura da história de um dos mais carismáticos tenistas de sempre: David Nalbandian.

O primeiro dia do ano de 1982 foi o momento em que o argentino viu a luz pela primeira vez. 18 anos depois, em 2000, Nalbandian tornou-se tenista profissional e não teve que esperar muito para festejar.

Ainda assim, a primeira final da carreira do argentino, antigo número três mundial, surgiu apenas um ano depois de se ter tornado profissional: em 2001, Nalbandian esteve no encontro decisivo do ATP 250 de Palermo, mas perdeu o título numa temporada que terminou sem títulos.

O primeiro título da carreira surgiu, em Portugal, e no Estoril Open: o argentino venceu na final do torneio português de 2002 o finlandês Jarkko Nieminen e fez a festa em pleno estádio nacional. No mesmo ano seguiu-se o segundo título da cerreira: em Basileia, Nalbandian impôs-se perante o chileno Fernando González.

Em 2003 e 2004, o argentino também esteve a bom nível, mas não foi nada feliz: Nalbandian perdeu nas finais do ATP Masters 1000 do Canadá e o ATP 500 de Basileia em 2003 e teve desfecho idêntico nas finais dos Masters 1000 de Roma e Madrid e também no ATP 500 de Basileia de 2004. Depois de dois anos sem títulos, Nalbandian regressa aos triunfos, em 2005, ao vencer o ATP 250 de Munique e também a Tennis Masters Cup (equivalente às atuais ATP Finals) ao bater Roger Federer na final para somar quatro títulos na sua carreira.

Em 2006, Nalbandian voltou a Portugal e voltou a ser feliz: o argentino conquistou o segundo título na prova portuguesa ao vencer o russo Nikolay Davydenko pelos parciais de 6-3 e 6-4 num duelo entre dois top ten’s, chegando assim à mão cheia de títulos na variante individual.

No ano seguinte, o tenista argentino venceu os dois únicos Masters 1000 da carreira: em Madrid, Nalbandian bateu o suíço Roger Federer na final num torneio em que teve a felicidade de vencer todos os membros do Big Three até ao título: Nadal nos quartos-de-final, naquele que foi o primeiro duelo entre ambos, Novak Djokovic nas ‘meias’ e, como vimos, Roger Federer no encontro decisivo. Após a final, Federer reagiu com algum humor numas declarações que agora recordamos:

“Quando bates Nadal e Djokovic de forma consecutiva chegas à final a sentir-te melhor do que nunca. (…) É uma pena não ter conseguido pará-lo”, disse, à ATP Tour.

 

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Madrid 2007: @nalbandiand makes history on the ATP Tour 😯 #MMOPEN

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No mesmo ano, o tenista argentino voltou a festejar mais um título, o segundo de categoria  Masters 1000, ao vencer Rafael Nadal com um resultado estrondoso de 6-4 e 6-0 para vencer o sétimo título da sua carreira.

Em 2008, o argentino venceu mais dois torneios ATP e foram dois de categoria 250: o primeiro apareceu em “casa” literalmente quando Nalbandian venceu o ATP 250 de Buenos Aires na Argentina ao qual ainda juntou mais uma vitória nesse ano no ATP de Estocolmo na Suécia.

O último título da carreira surgiu, em 2010, quando o argentino venceu o ATP 500 de Washington ao bater Marcos Baghdatis na final, depois de, ainda em 2009, ter vencido o ATP 250 de Sydney.

A polémica também esteve associada ao seu nome: em junho de 2012, na final do ATP 500 de Queen’s, torneio de preparação para Wimbledon, Nalbandian perdia perante o croata Marin Cilic e acabou por perder a cabeça e foi desqualificado: o argentino pontapeou um painel publicitário que atingiu um juiz de linha que ficou ferido, com alguma gravidade, numa perna.

No final do duelo, Nalbandian admitiu que errou, mas o seu nome estará sempre ligado a um dos episódios mais infelizes do ténis:

“Por vezes é difícil controlarmos a frustração. Cometi um erro e estou extremamente desiludido”, revelou, citado pelo Diário de Notícias.

O tenista argentino ganhou mais de 11 milhões de dólares em prize-money e retirou-se em 2013, mas é sem dúvida, um dos maiores nomes do ténis mundial.

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.