Nadal desfaz dúvidas e fala do novo tratamento: «A minha intenção é jogar Wimbledon»

Nadal desfaz dúvidas e fala do novo tratamento: «A minha intenção é jogar Wimbledon»

Por Pedro Gonçalo Pinto - junho 17, 2022

As dúvidas sobre a participação de Rafael Nadal estão desfeitas. O número quatro do Mundo deu uma conferência de imprensa na qual fez uma atualização em relação ao novo tratamento no pé esquerdo e ainda garantiu que vai viajar para Londres na segunda-feira com a intenção de jogar o Grand Slam britânico pela primeira vez desde 2019.

ATUALIZAÇÃO AO PÉ E WIMBLEDON

As sensações são um pouco estranhas se for honesto. Baixou-me a dor articular que não me deixava apoiar. Com o tratamento no nervo acontecem coisas estranhas no pé. Umas vezes doem umas partes, outras vezes outras. Mas parece-me algo normal. De alguma maneira estou contente sendo sincero. Estou há uma semana sem coxear. Tenho podido fazer uma evolução progressiva a nível de treino. No meu dia-a-dia sofri um pouco, sem dores, mas diferente do que antes. Isto não é imediato, está a começar a fazer efeito.

A minha intenção é tentar jogar Wimbledon, como disse em Paris, se houvesse alguma hipótese. Esta semana o médico disse-me que há hipóteses, então vou viajar para Londres na segunda-feira. Se viajo é porque quero jogar. Se com o passar dos dias as coisas não forem como eu gostava, logo se vê. Mas o plano é fazer uma semana de treino em Londres, fazer uns encontros de exibição em Hurlingham e chegar a Wimbledon o melhor possível.

TRATAMENTO RESOLVEU DE VEZ?

Fiz duas sessões disto, que era o que estava previsto antes de jogar Wimbledon e a evolução, pelo que sinto, está a ser satisfatória. Ao dia de hoje está assim, mas sei que as coisas podem mudar daqui a cinco dias. Mas permitiu-me treinar e para mim isto é um avanço. Estou com vontade de jogar Wimbledon porque não vou lá há três anos. Confio que as coisas vão bem e que possa seguir com a semana de treino e competir em Wimbledon.

COMO SE SENTE EM RELVA NESTE MOMENTO?

Agradeço ao Maiorca Country Club que me permitiu treinar aqui durante toda a semana. Sou um sortudo por ter estado aqui estes dias. Depois de três anos sem jogar em relva, há que ter paciência. A cada dia fui melhorando depois das sensações complicadas ao início. Falta-me uma semana de treino em Londres e ainda antes de começar o torneio. Vou chegar pronto. Ter jogado bem em Roland Garros ajuda em termos de confiança, mas relva é uma superfície muito difícil e tem pouca lógica. Qualquer ronda pode ser complicada. O início vai ser vital porque para o fim a experiência é decisiva. Nesta superfície é um pouco mais lotaria, por isso vou tentar sobreviver como sei.

IMPREVISIBILIDADE DA RELVA

Ténis é um desporto muito imprevisível. Vimos em ‘s-Hertogenbosch um rapaz conquistar o título mesmo sem ter ganho nunca um encontro ATP. É uma superfície em que há menos referências antes de começar o torneio. Ainda para mim para jogadores como eu que chegam de Roland Garros e não jogam torneios antes.

À ESPERA DO PRIMEIRO FILHO

Vou ser pai, é verdade. Não costumo falar da minha vida pessoal porque já sou muito aberto na minha vida profissional. Entendemos que é melhor viver com um perfil mais baixo e mais tranquilo. Não sei como é que a vida vai mudar porque não tenho experiência nisso. Não tenho previsto que isto mude a minha vida profissional.

CALENDÁRIO DEPOIS DE WIMBLEDON

Vou fazer as coisas da melhor maneira possível para chegar bem preparado ao US Open. O que tenho feito é jogar a primeira semana Masters 1000 no Canadá e depois é ver como evoluo. Não gosto de mudar quando as coisas correm bem. Mas claro que se pode mudar eventualmente. A intenção é jogar Wimbledon, descansar, jogar o Masters 1000 do Canadá e depois o US Open.

FALTA DE DESCANSO

Tenho andado muito de um lado para o outro para fazer o tratamento, agora treinar. Passei por alguma dor depois da final. Foi um dia difícil em termos de dores, o dia seguinte foi ainda pior. Têm sido dias ocupados e difíceis. Não tenho tido tempo para descansar, mas sabia que ia ser assim se queria tentar jogar Wimbledon. Aqui estou eu com boas notícias.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt