McEnroe sobre Kyrgios: «Tem ‘bolas’ de ferro e ainda é mais louco do que eu pensava»

John McEnroe vestiu mais uma vez a pele de Comissário do Ténis, na rubrica que assina no Eurosport, para abordar os assuntos quentes do Open da Austrália, com destaque para os elementos da nova geração, que muito têm dado que falar em Melbuorne.

“Há talento e carisma suficientes na nova geração para nos inspirar durante dez anos? Vejamos o encontro entre Nick Kyrgios e Grigor Dimitrov. Uma visão do que pode ser o futuro do nosso desporto. Foi épico, foi intenso, foi corajoso, foi selvagem”, começou por dizer o antigo número um mundial.

“Mas o Nick é imprevisível e os momentos de brilhantismo de que é capaz deixam-nos presos a ele. Um segundo serviço a 203 km/h num ponto de break. Estão a brincar comigo? Mesmo tendo bolas de ferro, ele ainda é mais louco do que eu pensava”, continou

“Alexander Zverev tem sido o homem escolhido para próximo número um mundial. Mas ele voltou a repetir em Melbourne a tendência para sair cedo dos Grand Slams. Jogou três grandes sets contra o Hyeon Chun, mas depois perdeu o fio à meada. ‘Não consigo ver a bola, está muito escuro’. O Chung, com os seus óculos de lentes grossas, viu a bola muito bem. O que é que se passa Sascha? Os grandes palcos assustam-te? Ainda tens muito tempo, mas tens de começar a sair desse sufoco nos Grand Slams. Que tipo de número um queres ser? Roger Federer ou Marcelo Rios?”

“Dennis Shapovalov pode vir a ser top numa questão de meses. Talvez ele tenha um pouco de mim, e apesar de o ter visto ir-se abaixo diante do Tsonga em cinco sets continuo a acreditar no miúdo. Ele consegue ser tão brilhante como é o Kyrgios. Corre-lhe gelo nas veias“, concluiu.