Dimitrov orgulhoso por ter competido no tempo do Big Three: "Depois disto nada te assusta"

Dimitrov orgulhoso por ter competido no tempo do Big Three: “Depois disto nada te assusta”

Por Nuno Chaves - janeiro 17, 2024

Grigor Dimitrov, apontado como um potencial candidato ao título, iniciou o Australian Open com uma vitória, de virada, sobre Marton Fucsovics, por 3 sets a 1. Foi um jogo muito perigoso para o tenista búlgaro que, ainda assim, se mostrou satisfeito com a estreia no primeiro Grand Slam da temporada.

ESTREIA DIFÍCIL

Conheço o Fucsovics há muito tempo e nos respeitamos muito tanto dentro como fora de quadra. Falamos sempre sobre academia, o que fazemos e quanto levantamos nos aparelhos e tudo isso. Quanto ao jogo, para mim foi um começo difícil porque estava servindo contra o sol, por isso, tive de mudar um pouco o meu lançamento, o que me levou algum tempo a perceber. Por outro lado, ele é um jogador muito complicado que sempre encontra uma forma de colocar dificuldades.

EM MELBOURNE DEPOIS DE VENCER O PRIMEIRO TÍTULO EM SEIS ANOS

Vou me desviar um pouco do tema. Na vida acontecem muitas coisas tanto dentro como fora de quadra que levam tempo. Tive que fazer muitas mudanças na vida em geral. Não vou esconder isso, não vou mentir sobre isso. Tive que formar uma nova equipe e tinha que encontrar uma maneira de trabalhar de forma mais inteligente. Depois de tudo, estive no circuito durante tantos anos que é impossível jogar todas as semanas e estar no meu melhor nível. É simplesmente impossível. Ganhar Brisbane significou muito para mim.

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COMPETIR NA ERA DO BIG THREE

Aconteceu tudo muito rápido. O meu primeiro jogo profissional foi contra o Berdych e o segundo contra o Nadal. Creio que o Berdych era número 8 do mundo e venci em três sets. No dia seguinte perdi para o Rafa e ele tinha acabado de vencer o Australian Open. Nos meus primeiros anos tive que enfrentar top 10 e top 20 e eram todos jogadores incríveis. Às vezes tinha de jogar um tênis tremendo para os vencer e para conseguir manter o nível tinha de estar três vezes mais em forma que eles e eu naquela altura tinha o jogo, mas não o físico. Depois, a certa altura, tinha o corpo, mas o meu jogo estava pior, foi sempre um ajuste contínuo. Adorei jogar nesta época. Nunca deixaria por nada. Se alguém me disser: ‘Oh, mas poderias ter mais títulos’, ou o que seja, eu diria não, não e não. Estou muito feliz pela experiência que adquiri ao longo dos anos a jogar contra estes rapazes. Meu deus, depois disso, nada pode te assustar.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.