Ljubicic não tem dúvidas: «Foi tão fácil ser o treinador de Federer»

Ljubicic não tem dúvidas: «Foi tão fácil ser o treinador de Federer»

Por Pedro Gonçalo Pinto - setembro 29, 2022
Ivan Ljubicic, coach of Roger Federer on day nine of the Wimbledon Championships at the All England Lawn Tennis and Croquet Club, Wimbledon.

Ivan Ljubicic foi um dos privilegiados junto de Roger Federer, tendo em conta que também treinou o antigo número um do Mundo. Em entrevista à Eurosport, o croata partilhou o que sentiu durante o fim-de-semana da despedida e também falou sobre se é fácil ou não treinar um tenista do gabarito de Roger.

ADEUS DE FEDERER

Embora estivéssemos preparados para honrar esse último momento, foi muito difícil. Sabia que Roger lutaria emocionalmente. Mas foi difícil ver os outros, Rafa, Novak e Andy, muito emocionados. Olhava para a equipa do Mundo e estavam todos a chorar. Os fãs deram tudo, foi um dia magnífico. Queríamos que fosse uma festa, uma celebração, não um funeral. Temos de seguir em frente e celebrar quem o Roger é e o que deu ao nosso desporto e o que vai continuar a dar.

FÁCIL TREINAR FEDERER?

Foi tão fácil! Porque ele torna tudo fácil para os treinadores. É muito aberto e garante que tens liberdade. Estás confortável e sentes que podes dizer o que quiseres. Ele sempre disse ‘não quero ouvir o que tu achas que quero ouvir, quero ouvir o que realmente pensas’. Estava sempre a dizer isso. E eu sentia-me realmente livre, sempre foi assim. Foi incrível, uma experiência que nunca vou esquecer. Havia momentos em que não tinha nada a dizer porque ele era simplesmente perfeito. Alguns treinos foram ridículos por terem sido tão perfeitos! Mas também houve momentos difíceis, claro.

O QUE FAZ A DIFERENÇA

É a maneira como funciona, como pensa e como lida com a sua vida. Podem estar a acontecer muitas coisas, mas ele é capaz de lidar com tudo na perfeição. É difícil juntar a vida privada, patrocinadores, treinos, amigos. Há tanta coisa, mas parece que toma sempre a decisão certa. Não sei como o faz, mas é assim que ele é.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt