Khachanov entre os russos que apoia abertamente Putin: “Disse que a Rússia tem de mostrar a sua força”

Há um ano, o torneio de Wimbledon decidiu banir os tenistas russos e belorussos, países que em fevereiro iniciaram uma invasão militar à Ucrânia. Um ano depois e num momento em que o conflito parece não ter fim, o All England Club teve de recuar nesta posição, até porque a decisão unilateral do torneio inglês tomada em 2022 foi mal vista pelos circuitos, que retiraram ao torneio os pontos ATP e WTA pelos quais os jogadores lutam nestes eventos. O torneio de tênis mais tradicional e antigo do mundo obrigou os jogadores russos e belorussos a assinarem uma declaração anti-guerra, mas houve um jogador que não o fez, anunciando duas semanas antes a sua desistência do torneio devido a problemas físicos: Karen Khachanov.

O russo, número 11 do mundo e que tem brilhado nos últimos torneios de Grand Slam — semifinais no US Open e no Australian Open e quartas em Roland Garros — é, segundo o site ‘Politico’, que apresenta um extenso artigo sobre o assunto, um dos mais vocais apoiantes de Putin dentro do vestiário do circuito. Khachanov terá mesmo em conversas com outros jogadores no vestiário, citadas por este mesmo artigo, defendido que a Rússia não deve ter qualquer tipo de negociação de paz com a Ucrânia, devendo “mostrar ao mundo a sua força através das armas”. O jornalista responsável pelo artigo questionou Khachanov sobre esta posição. “Foram conversas privadas. Eu sou esportista e não tenista”.

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Mas há mais ligações estreitas entre tenistas russos e o Kremlin reportadas por este artigo: Veronika Kudermetova, por exemplo, jogou durante meses com o patrocínio visível Tatneft, uma empresa estatal russa e que está entre as sancionadas pela União Europeia, e Anastasia Pavlyuchenkova, também ausente de Wimbledon, mas recentemente chegou às quartas em Roland Garros, viu um familiar próximo morrer recentemente em batalha ao serviço do Grupo Wagner.

O elefante na sala que são nesta altura os tenistas russos e belorussos é muito maior do que parece e quem o garante é Lesia Tsurenko, apurada para as oitavas de final, que assegura que as entidades pouco ou nada fazem na defesa dos ucranianos que têm visto o seu país destruído. “As conversas que tenho tido com Steve Simon, CEO do WTA, me fazem crer que para ele a guerra é uma coisa normal e justificável”.