João Sousa sobre público cantar o hino: «Fiquei com pele de galinha»
João Sousa e Gastão Elias fizeram das tripas coração neste segundo dia de eliminatória, mas o desalento por não terem dado o segundo ponto a Portugal e a alegria ao incansável público nortenho, que mais uma vez acorreu em massa ao Pavilhão do Vitória Sport Clube, esteve visível nas palavras e na postura da dupla nacional no encontro com os jornalistas, após cinco sets disputados em três horas e 48 minutos de encontro.
“Demos tudo por tudo para vencer, mas infelizmente a vitória não esteve no nosso lado e amanhã será outro dia”, disse o número um nacional. “Nós começámos muito bem mas o Alexander [Peya] não jogou tão bem no início, nos dois primeiros sets, e nós fomos um pouco abaixo fisicamente. No quinto set podia dar para os dois lados. Infellizmente deu para o deles”, analisou.
Com o público a revelar-se absolutamente incansável no apoio aos jogadores nacionais, o tenista natural de Guimarães não se conteve quando perguntaram ao capitão Nuno Marques o que sentiu ao ver público cantar a plenos pulmões o hino nacional, antes dos austríacos servirem no 4-5 do quinto set. “Eu senti pele de galinha”, interveio Sousa, antes de abordar o encontro do derradeiro dia da eliminatória, frente a Dominic Thiem, com quem jogou em quatro ocasiões, tendo vencido apenas em uma ocasião.
“[O ténis dele] contraria-se a jogar a um nível muito bom. A Taça Davis é diferente de um jogo do ATP, existem muitos fatores que podem jogar a favor tanto de um como do outro, o importante é recuperar bem. Ele está muito mais cansado do que eu porque jogou mais horas. Eu também estou cansado, mas acredito que vamos fazer um bom trabalho de recuperação. Vamos dar tudo por tudo para vencer”.
Gastão Elias: “Tristes pela derrota”
Depois de ontem ter jogado cinco sets, Elias voltou hoje a provar do mesmo veneno. Amanhã defronta Gerald Melzer no segundo singular. “A única coisa que eu posso dizer é: ‘à terceira é de vez ou não há duas sem três’. Não posso acrescentar muito mais. No terceiro set baixámos o nível de jogo, o que também faz parte, em cinco sets é difícil manter a intensidade lá no auge e o nível de ténis faz parte ter altos e baixos. E quem lida melhor com isso é quem sai vencedor. Não deveríamos ficar tristes porque demos tudo, mas ficamos tristes pela derrota”.
Sobre a recuperação que o esperou depois do embate com o 14.º mundial: “Foi o maior sofrimento da minha vida, ontem. Dez minutos em banho de gelo, massagem, alongamento. Recuperação do pulso também, porque tenho andado também com algumas dores no pulso direito. Basicamente acabei à meia-noite, quase 1h. Hoje é igual e não estou nada feliz com isso”, confessou o jogador da Lourinhã.
João Sousa é o primeiro a entrar em campo este domingo para tentar recuperar a desvantagem de 1-2 diante da Áustria, a contar para a primeira ronda do Grupo Europa/África da Taça Davis. O encontro começa às 12 horas.