Gastão Elias: «Tenho perfeitas condições para conquistar um título ATP»

Gastão Elias: «Tenho perfeitas condições para conquistar um título ATP»

Por Pedro Gonçalo Pinto - abril 2, 2022
elias-oeiras

Gastão Elias descomplicou a tarefa nas meias-finais do Oeiras Open e bateu Alessandro Giannessi rumo à final no Complexo Desportivo do Jamor. O lourinhanense mostrou-se satisfeito com o nível exibido e não hesitou em afirmar qual é o grande objetivo que ainda tem na carreira. Para já, vai disputar a sua 20.ª final Challenger à procura de um nono título que seria um recorde no ténis nacional.

Balanço do encontro

Muito feliz por estar numa final outra vez. Muito feliz por ter feito umas boas exibições até agora. Estou a jogar a um nível bom e para além disso a fazê-lo com consistência, o que talvez até seja mais importante do que jogar a um grande nível e depois oscilar. Estou bastante contente com o resultado até agora. Falta mais um jogo e o trabalho ainda não acabou.

Tranquilidade na vitória

Estava relativamente confortável. Apesar de ter perdido o meu jogo de serviço, foi mais por culpa própria do que mérito do meu adversário. Mas num modo geral sentia-me confiante nos meus jogos de serviço, tranquilo. E nos jogos de serviço dele também ele não me causava muita mossa, então sentia que podia jogar todos os pontos no serviço dele.

O que significa chegar a 20 finais Challenger e ir em busca do nono título

Não sei se isso é bom, andar aqui nos Challengers, tantos títulos… (risos) É ótimo. É um recorde agradável de se ter. Não é fácil hoje em dia conquistar Challengers. O nível está cada vez mais alto, portanto é bom que sabendo passado tantos anos ainda consigo bater-me com malta deste nível e espero a um nível acima também. Falta mais um jogo e espero alcançar esse nono título.

Como é que se sente fisicamente

Sinto-me melhor, apesar de sentir que tenho o corpo ainda um pouco estragado por sofrer com isso semanas consecutivas. Tenho dormido melhor sem dúvida. Hoje talvez estivesse um pouco pior do que ontem. Acho que o jogo com o Vavassori começou a afetar-me mais hoje do que ontem. Ainda estava num período muito próximo, então não senti tantas dificuldades físicas. Ainda houve ali um momento em que me senti um pouco abaixo da energia necessária mas consegui ir buscar forças.

Assinava por baixo chegar à final no início da semana

Estava realmente mal, sem voz, com tosse, não conseguia respirar. Não sabia o que ia acontecer dentro de campo, tive muitas dificuldades na primeira ronda. Não só o facto de ter dificuldades a respirar, mas algumas semanas consecutivas a descansar mal e obviamente muito feliz por ter chegado onde cheguei.

Surpreende estar na final?

Estou zero surpreendido. Como já disse aqui em várias conferências, sinto-me a jogar muito bem e não tinha dúvidas de que um resultado destes podia aparecer em qualquer semana.

Grande objetivo ainda por alcançar

Sem dúvida um título ATP. Tenho perfeitas condições para alcançar esse objetivo. Já há uns anos fiz duas ‘meias’ consecutivas em Bastad e Umag. Portanto, estava a um passo de atingir o objetivo. Não me sinto a jogar pior do que nessa altura. Sinto-me a jogar bastante bem. Obviamente que se estivesse a entrar semanalmente em ATPs, seria mais fácil essa oportunidade aparecer. O meu ranking não me permite fazer isso. Vou tentar num futuro próximo tentar beliscar um qualy ATP para tentar ir atrás desses resultados.

Final entre Nuno Borges e Nino Serdarusic

Conheço bem os dois. A última vez que joguei com o Nino perdi 6-0 no terceiro e não encontrava solução para o jogo dele! Isso mostra que tem um grande nível. Em relação ao Nuno nem preciso de falar nada. Ele já me ganhou várias vezes. Considero que tenho algumas dificuldades em adaptar-me ao jogo do Nuno e o jogo dele encaixa no meu, o que me causa dificuldades. Mas já lhe ganhei algumas vezes e uma final é sempre diferente de qualquer outro jogo. Qualquer um dos dois vai dar o litro dentro de campo.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt