Frederico Marques sofre longe de Tóquio: «Jogos eram uma das prioridades do ano»
João Sousa, melhor tenista português de todos os tempos, estreia-se este fim-de-semana na sua segunda participação olímpica, mas ao contrário do que aconteceu no Rio’2016, o vimaranense de 32 anos está em Tóquio sem o seu treinador. Há cinco anos, Sousa, como número um nacional, escolheu levar o seu técnico como ‘capitão’ da equipa de ténis, mas desta feita foi Rui Machado, selecionador português da Taça Davis, diretor técnico nacional da Federação Portuguesa e também treinador de Pedro Sousa, atual número um luso, a viajar com os jogadores nacionais para a capital do Japão.
Esta é, por isso, uma das raras ocaisões nos últimos anos em que João viaja para um torneio sem o seu treinador, Frederico Marques, que não esconde ser diferente este trabalho à distância. “Estou aqui bem longe a torcer pelo João porque ele ainda tem muito para dar ao ténis e aos portugueses. Tentarei ajudar em tudo o que conseguir.Sobre o trabalho que está a efectuar em Tóquio, falo com ele diariamente, tenho o feedback dos treinos físicos e de ténis”.
Marques analisou ainda o adversário de Sousa, o checo Tomas Machac, lembrando que os Jogos sempre foram um dos objetivos da época para o minhoto. “O adversário é o Tomas, um jogador que também preparou bem os Jogos. Competiu em torneios de piso rápido e relva antes de ir para Tóquio. O João teve a competir em relva até à semana passada. Optámos pela relva porque é a superfície mais parecida ao piso rápido para poder chegar nas melhores condições aos Jogos. Sempre foi uma das prioridades do ano do João poder competir bem e vencer encontros em Tóquio. Ele está preparado para vencer e lutar uma vez mais com os melhores do Mundo”.
O treinador português assume que não há encontros fáceis num torneio como este. “Em relação ao sorteio não existem sorteios fáceis nuns Jogos Olímpicos Estamos a falar da maior competição a nível mundial. Os melhores desportistas estão reunidos no mesmo local para competir entre si nas respetivas modalidades. Apesar das várias desistências, pelo menos no ténis, o torneio continua muito forte e poder competir nuns Jogos Olímpicos é sinal de qualidade.”
Marques não esconde que Sousa deve orgulhar-se de regressar a uma Olimpíada, mas não quer que seja visto como um mero prémio de carreira. “Refiro sempre que o João não está de parabéns por ir. Deve merecer os parabéns depois de uma boa participação. Ele já nos habituou a vários oitavos de final de Grand Slam é por aí que deveria andar a sua participação aqui. Deve ir-se aos Jogos Olímpicos para competir, para vencer e não apenas como prémio de carreira”.