Fognini se inspira em Murray e quer ter uma nova vida no tênis

Fognini se inspira em Murray e quer ter uma nova vida no tênis

Por Nuno Chaves - maio 13, 2023

Fabio Fognini está ganhando uma nova vida no Masters 1000 de Roma, seu primeiro torneio desde que se lesionou no ATP 250 de Estoril. O tenista italiano, atualmente número 130 do ranking mundial, disparou 42 winners em dois sets para bater Miomir Kecmanovic e se classificar para a terceira rodada e, em coletiva de imprensa, revelou o quanto tem sido difícil estes últimos tempos e esta nova fase da sua carreira.

UMA NOVA FASE

Creio que estes últimos dois anos foram os mais duros e difíceis da minha carreira, não tive bons resultados, sofri várias lesões. Aos 35 anos, me custou muito aceitar a situação porque já não tenho 20 anos e é duro. Por isso, a única solução é tentar ver os aspectos positivos. Agora, além disso, o tênis tornou-se mais rápido, é tudo mais rápido, por isso, tens menos tempo para pensar e tenho que me adaptar. Em consequência, nesta idade, é tudo mais complicado. Vinha de um período em que sentia algo por dentro, mas não se traduzia em resultados.

OBJETIVOS PARA A TEMPORADA

Obviamente que quero jogar, agora o mais importante até Wimbledon é voltar ao top 100 e para isso tenho que voltar a fazer um tipo de programação que não faço desde os meus 18 anos. Claramente posso jogar bem aqui ou em Paris se estiver em condições físicas. Tenho de olhar para o calendário, mas não devo jogar a temporada de grama, porque com 35 anos não posso ir jogar o qualifying de Wimbledon, com todo o respeito. Em primeiro lugar, porque não quero, e depois porque não é como o saibro. Em Paris, claro que podia ficar de fora do quali porque agora o nível competitivo é muito alto, mas teria mais chances de avançar para a chave e fazer algo importante. Claro que também podia fazer em grama, mas sinceramente não tenho vontade. Terei de jogar Challengers para ter mais jogos e somar mais pontos porque o objetivo é jogar os Masters 1000 de Cincinnati e Montreal e o US Open. E, para isso, tenho que ganhar partidas. Por isso, vou viajar a partir de agora com o meu preparador físico para manter o nível físico alto e evitar lesões. Porque com outra lesão, ia ter que sentar e decidir o que fazer.

INSPIRAÇÃO… EM MURRAY

Quero me dar uma oportunidade como fez o Murray. Obviamente sem comparações porque ele era do Big 4 enquanto que eu era o que era. Mas tenho a vontade de dar essa oportunidade porque não creio que mereça terminar assim. Creio que abri um pouco as portas ao que se vive no tênis italiano. O Sinner pode aspirar a algo mais do que estar estabelecido no top 10, o Berrettini já foi, o Musetti creio que também chegará lá. Não fui um motor, mas creio que abri as portas e estou contente, mas como em tudo há um princípio e um fim. Não creio que seja parte desta nova geração porque me considero velho, ainda assim, é lindo compartilhar e ver que há jovens que também vão fazer bem ao nosso esporte.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.