Ferrero: "Alcaraz está em alto nível, mas não é o seu máximo"

Ferrero: “Alcaraz está em alto nível, mas não é o seu máximo”

Por Pedro Gonçalo Pinto - abril 5, 2023

Juan Carlos Ferrero continua moldando Carlos Alcaraz para lidar com a glória. O treinador do agora número 2 do ranking ATP deu uma interessante entrevista ao site Tennis Majors, na qual aborda uma série de pontos importantes no desenvolvimento do atual campeão do US Open.

FORMA DE JOGAR DE ALCARAZ

A primeira coisa que vi no tênis do Carlos foi a sua capacidade de adaptação. É muito difícil encontrar um jogador a quem possa dizer para jogar de formas muito diferentes o faça logo. Quando era mais jovem, utilizava todas as suas armas, mas não na ordem certa. Era uma mistura. É difícil jogar com a ordem certa quando tem estas ferramentas. Agora que é mais maduro e tem mais experiência, parece que conseguiu fazê-lo. Ainda só tem 19 anos. Está jogando em alto nível, mas não é o seu máximo. Um tenista tem de melhorar coisas a vida toda e assim tem de ser com o Carlos.

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COMPARAÇÕES PESADAS

Podemos dizer que tem de tomar os melhores exemplos possíveis para juntar coisas ao teu jogo. O movimento de Federer, a mentalidade de Nadal e assim. Tentamos olhar para detalhes de certos jogadores que pensamos que são muito bons para juntar ao nosso jogo. Carlos teve de ouvir no passado que era o novo Nadal, era muita pressão. Estávamos muito orgulhosos, mas não é fácil ouvir isso o tempo todo. A única coisa que posso dizer é que ele pensa grande.

OBJETIVOS NO INÍCIO

Não havia nenhuma meta, ninguém me disse que tinha de fazer algo concerto. As pessoas sabiam que tinha talento, o plano era trabalhar e construir o jogador. O meu objetivo era fazer dele o número 1 em um prazo indeterminado, mas não pensávamos que fosse tão rápido. Quando o vê treinar todo o dia, não te surpreende tanto. É muito difícil de explicar. Tem pessoas que são super especiais e ele é. Roger, Rafa, Novak… Como explicar que ganharam 20 Grand Slams? São especiais.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt