Fábio Coelho bate amigo Gil e garante novo campeão nacional em 2022

Fábio Coelho bate amigo Gil e garante novo campeão nacional em 2022

Por Bola Amarela - novembro 9, 2022
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A vencedora das últimas cinco edições, Francisca Jorge, regressou de forma autoritária ao Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto num dia em que Fábio Coelho garantiu que no sábado haverá um novo campeão nacional. A 98.ª edição do torneio é organizada pela Federação Portuguesa de Ténis entre os dias 6 e 12 de novembro nos campos de piso rápido do Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras.

De volta ao palco onde em 2021 conquistou pela quinta vez consecutiva o título de campeã, Francisca Jorge iniciou o “ataque” ao hexacampeonato de forma expressiva. A melhor tenista portuguesa da atualidade (é a 302.ª classificada no ranking WTA) venceu a vice-campeã nacional de sub 16 e sub 18, Maria Garcia, por 6-0 e 6-1 num encontro que começou equilibrado, mas que passou para o controlo da jogadora de Guimarães depois de três jogos discutidos nas vantagens.

À procura de tornar-se na terceira jogadora a vencer seis títulos consecutivos (Sofia Prazeres conquistou nove, Leonor Peralta 10), Francisca Jorge vai discutir os quartos de final com Maria Santos, jogadora da Escola de Ténis da Maia que confirmou o favoritismo perante Maria Beatriz Teixeira com uma vitória por 6-0 e 6-3.

Pelos mesmos parciais que a irmã celebrou, também, Matilde Jorge. Finalista em 2019 e 2021, a jogadora de 18 anos procura o primeiro título de campeã nacional absoluta (para o juntar aos de sub 12, sub 14, sub 16 e sub 18) e deu o primeiro passo ao vencer Analu Freitas por 6-0 e 6-1.

O elenco dos quartos de final ficou completo com os nomes de Sara Lança (a próxima adversária de Matilde Jorge), Angelina Voloshchuk (atual campeã nacional de sub 16), Maria Pinto, Maria Tavares e Ema Gil Pires, que entrou como lucky loser para o lugar da lesionada Ana Filipa Santos — terceira cabeça de série — e venceu Beatriz Neves por 6-1 e 6-0.

Se no quadro feminino continua em prova uma campeã, no masculino os acontecimentos desta quarta-feira confirmaram que no sábado, derradeiro dia de prova, será coroado um novo campeão nacional. Tudo porque o único ex-vencedor entre os participantes, Fred Gil, foi eliminado na segunda ronda: com 37 anos, o ex-número 62 do ranking ATP perdeu o encontro entre mestre e aprendiz com Fábio Coelho, de 22 anos, pelos parciais de 6-2 e 7-5.

Frente-a-frente pela terceira vez com aquele que descreveu como o seu mentor, e que já em várias ocasiões o acompanhou como treinador, o jovem de Oliveira de Azeméis celebrou pela primeira vez uma vitória e não escondeu ter-se tratado de uma ocasião especial: “Jogar contra o Fred é muito complicado porque conhecemo-nos bastante bem e ele tem-me ajudado muito ao longo dos últimos anos. Por isso não só foi complicado, como estranho, mas foi um dia especial.”

Sobre o braço de ferro, Fábio Coelho tirou proveito do conhecimento do adversário desta quarta-feira para entrar a ganhar no torneio em que defende o estatuto de terceiro cabeça de série: “Conhecemo-nos bastante bem e em certos padrões de jogo até somos bastante parecidos, porque gostamos os dois de ser agressivos e de ir para a rede sempre que podemos. Ele está a jogar mais agressivo, mais dentro da linha, e como a idade já pesa senti que quando os pontos ficavam mais longos isso era mais vantajoso para mim, mesmo se perdendo um ou outro, por isso tentei levar o encontro para aí e colocar muitas bolas dentro. Houve um jogo no segundo set em que foi passivo e ele com a experiência conseguiu ir para cima de mim e quebrar-me, mas de resto estive bastante bem.”

Nos quartos de final terá pela frente José Ricardo Nunes (participa pela 19.ª vez consecutiva no quadro principal do Campeonato Nacional Absoluto e esta quarta-feira venceu Ricardo Ramos por 6-0 e 6-3) e, se vencer, igualará o melhor resultado na prova, alcançado em 2018 e 2019 no Porto e no Funchal, respetivamente.

Na mesma metade do quadro, Jaime Faria reagiu bem ao facto de ser o cabeça de cartaz e regressou ao torneio com uma vitória por 6-3 e 6-2 sobre Diogo Morais.

Ainda a viver a primeira temporada completa no circuito profissional, o jovem de 19 anos (que esta semana surge no 607.º lugar do ranking, mas já esteve no 596.º) disse que o estatuto de primeiro cabeça de série é “fruto do trabalho que tenho vindo a fazer e dos resultados deste ano”, mas descartou uma pressão acrescentada e assumiu o ataque ao título: “Sinto que tenho nível para ganhar a todos os que estão aqui, mas tenho de trabalhar muito e ser humilde para conseguir fazê-lo.”

No extremo oposto do quadro, Francisco Rocha venceu o choque de irmãos com Henrique Rocha e carimbou a passagem aos quartos de final de um torneio que inicialmente não contava jogar.

A estudar Economia na Middle Tennessee State University, nos EUA, ganhou a “negociação” com os professores: “Cheguei há uma semana dos EUA e no início nem era suposto jogar, mas lá consegui falar com os meus professores e eles deixaram-me fazer os exames online”, contou entre sorrisos depois de vencer o irmão, bicampeão nacional de sub 18, por 6-2 e 6-4.

Sobre a ocasião, o maiato de 23 anos admitiu ter sido um dia muito diferente de todos os outros. “Sabia que mais tarde ou mais cedo ia acontecer, mas nunca estás preparado para este momento. Quando olhámos um para o outro em lados opostos da rede dissemos ‘isto é muito estranho, muito estranho’. Não me sentia confortável, mas foi o que o sorteio ditou e tínhamos de jogar. A família está sempre acima de tudo, mas íamos competir, tentar tornar-nos melhor jogadores e logo víamos quem ganhava.”

Lá dentro, a diferença de idades ajudou-o a vencer: “Ele sentiu mais do que eu. E a maturidade que vem com a idade também me ajudou. Ele conhece o meu jogo e eu o dele, mas a questão é que eu adaptei o meu para não o deixar jogar, porque se o deixasse ele ia ser superior a mim. Fiz com que ele sentisse que não tinha soluções e acabou por cair para o meu lado, mas foi muito estranho.”

Gonçalo Falcão (que venceu Miguel Gomes por 6-1 e 6-3 e será o seu próximo adversário), Pedro Libório, João António e João Dinis Silva foram os restantes vencedores da jornada em singulares.

Nos pares, Francisco Cabral (51.º do ranking ATP) foi feliz na estreia ao lado de Jaime Faria, com quem venceu Filipe Grebentsov e Ricardo Batista por 6-1 e 6-1, e as irmãs Francisca Jorge e Matilde Jorge não precisaram em ação para darem o primeiro passo rumo ao tricampeonato lado a lado, fruto da desistência de Carolina Azadinho (que jogaria ao lado de Maria Santos) nos quartos de final.