Ex-treinador de Djokovic explica o que falta para Alcaraz ganhar do sérvio em Grand Slams

Ex-treinador de Djokovic explica o que falta para Alcaraz ganhar do sérvio em Grand Slams

Por Nuno Chaves - junho 16, 2023

Marian Vajda, ex-treinador de Novak Djokovic e uma das pessoas mais importantes da carreira do sérvio, reagiu à histórica conquista em Roland Garros.

O técnico, atualmente trabalhando com Alex Molcan, deu uma entrevista ao Sport SK onde encheu de elogios ao seu ex-pupilo e falou também de Carlos Alcaraz.

DJOKOVIC CONTINUA VENCENDO AOS 36 ANOS

A experiência do Djokovic em Grand Slams não tem preço. Sabe jogar de uma maneira única, sabe perfeitamente o que fazer. Distribui a sua energia de uma maneira sensata, é muito difícil de abordar a nível tático e sabe guardar a sua força. Perder um set não vai pará-lo, é tremendamente forte a nível mental. Esta experiência já te dá metade da vitória cada vez que começa um encontro.

ALCARAZ E DJOKOVIC

Devemos admitir que Alcaraz não tinha experimentado um nível de resistência do outro lado tão grande em todo o torneio. Se compararmos com o jogo contra o Tsitsipas, eram níveis diferentes. O Nole muda a intensidade, o seu rival não sabe o que esperar dele, cada troca de bolas é diferente e cada pancada também. O Carlos estava estressado, não sabia como reagir e depois de vários esforços e com essa pressão mental, o seu corpo respondeu com as cãibras.

TALENTO DE ALCARAZ

O Alcaraz é o jogador mais completo de todos os jovens, é ele quem tem uma melhor oportunidade de seguir os traços do Big Three. Tem características dos três, simplesmente falta experiência. Tem tempo, é muito jovem, vai habituar-se à imprensa e vai lidar com a pressão. Ao dia de hoje, o Djokovic é o jogador de Grand Slams mais completo. Já passou por tudo com a imprensa. Ainda tem trabalho pela frente, uma viagem difícil e rivais novos como o Alcaraz.

FALOU COM DJOKOVIC?

Mal acabou o jogo e lhe mandei uma mensagem de voz. Lhe disse que estava muito feliz por ter conseguido o 23. Mais tarde, ele me respondeu e disse que apreciava de coração, que não se esquece que sou parte da sua equipe e família. Foram palavras preciosas e comoventes. Eu também desfrutei de forma imperial o título, na superfície mais difícil para ele e no Grand Slam mais difícil para ele.

 

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.