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Ernests Gulbis: «Os jogadores que são colocados no court 18 são tratados como m***»
Venceu pela primeira vez dois encontros consecutivos esta temporada em quadros principais, mas, ainda assim, Ernests Gulbis encontra razões para se queixar. E não são tão poucas quanto isso. Em entrevista ao website Sport 360º, o letão de 27 anos aponta o dedo à organização do Grand Slam onde em 2014 atingiu as meias-finais pela forma pouco cortês como tem sido tratado.
“É um mundo tão diferente quando se está a jogar bem, quando todos te querem nos seus torneios, quando te colocam a jogar nos courts bons, quando todos te tentam agradar”, disse o número 80 mundial. “Mas depois chego aqui dois anos depois de ter disputado a meia-final… Os jogadores que são colocados no Court 18 são tratados como me***”, atirou o letão, fazendo referência ao campo onde jogou na primeira ronda.
“Eu perguntei ‘é um bom court para o encontro’? e eles disseram ‘não, vai para o court’. A equipa técnica nem tinha lugar para ver o encontro. Sinto que fui desrespeitado porque nós vamos para o campo, damos o nosso melhor e depois temos de jogar na neve, como em Munique, temos de jogar com frio, calor, ninguém se importa. Damos tudo no court e depois temos isto… Não é uma atitude democrática, definitivamente”.
Vivemos numa democracia em que todos têm direito ao mesmo ou como é que é?
Gulbis deu seguimento ao rol de lamentos e protestos, sem deixar de falar no plural, porque, afinal de contas, considera que este não é uma luta só sua. “Os jogadores que estão na minha situação têm que implorar para ter um court só para si durante uma hora. E depois vemos os cabeças-de-série que os usam durante duas horas apenas com o seu treinador. Como é que podemos competir [com isso]? Temos uma hora com mais quatro jogadores no court contra alguém que se prepara bem, de forma perfeita…”.
“Não sei como é que o sistema funciona. Vivemos numa democracia em que todos têm direito ao mesmo ou como é que é? Se alguém me explicar para eu perceber, então talvez quando eu consiguir atingir o top-10 outra vez eu possa agir da mesma forma. Mas eu não quero fazer isso”.
Para fazer valer o seu ponto de vista e demonstrar que “a sociedade do ténis tem memória curta”, Gulbis dá como exemplo a situação que Grigor Dimitrov está a viver. “Jogamos mal durante um par de meses e pronto. Talvez isso não aconteça com os top-3 ou top-4, que jogam bem de forma consistente durante muitos anos, mas jogadores como eu…”.
“Não quero comparar, mas o Dimitrov está agora com algumas dificuldades. Ele foi top-10, é um grande jogador… Quanto tempo mais é preciso para as pessoas o tratarem de forma diferente? Não sei bem. Se ele continuar com maus resultados durante mais um ano, vai ficar na mesma posição do que eu. Às vezes é injusto, mas serve de motivação”, rematou o letão, responsável pela despedida de João Sousa de Paris esta quinta-feira.
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