Djokovic não perde a fome: "Quantos Grand Slams quero? Não tenho nenhum número..."

Djokovic não perde a fome: “Quantos Grand Slams quero? Não tenho nenhum número…”

Por Nuno Chaves - setembro 11, 2023

Novak Djokovic conquistou neste domingo o US Open pela quarta vez na carreira naquele que foi o seu 24º título do Grand Slam, um número histórico no tênis.

O sérvio é agora o tenista com mais Majors de todos os tempos na Era Aberta e deu mais um passo rumo ao status de GOAT. Na coletiva de imprensa, o número 1 mundial se mostrou emocionado e mais do que satisfeito com o feito alcançado.

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APRENDER COM O PASSADO

Não tinha jogado nenhum torneio nos EUA em dois anos e a última vez que perdia aqui tinha sido contra o jogador que ganhei hoje. Fiz tudo o que podia nas últimas 48 horas para não permitir que a importância do momento e do que está em jogo fosse contra mim. Foi o que me aconteceu há dois anos, joguei abaixo do meu nível e fui superado. Aprendi a lição. A minha equipe e a minha família sabiam que nestas 24 horas nem podiam tocar ou falar da história que estava em jogo. Tinha pensamentos diferentes na minha cabeça, os possíveis cenários, a imagem no caso de ganhar, também no caso de derrota, mas tentava bloquear isso tudo.

ESTAR EM CONSTANTE EVOLUÇÃO

Precisa te reinventar porque todos o fazem. Com 36 anos e enfrentando rapazes de 20, provavelmente tenho que fazer mais do que nunca para manter o meu corpo em forma e jogar ao melhor nível de maneira consistente. Mentalmente também tenho de encontrar o equilíbrio com a motivação para estar inspirado.

À PROCURA DE MAIS

Concentro-me no que tenho de fazer para ganhar os grandes troféus, isso é o que importa. É incrível para o nosso esporte que tenha uma grande rivalidade com o Alcaraz. É ar fresco para o tênis, um grande jogador, uma grande pessoa também. Todos, de forma coletiva, querem mais atenção e interesse sobre o tênis. Quanto mais pessoas se envolverem, melhor para nós, mas, no final do dia, o meu objetivo sempre foi, no início de cada temporada, ganhar todos os Grand Slams. Vai continuar sendo. Estes são os momentos que me mantêm motivado. Quanto tempo quero continuar? É uma pergunta que tenho na minha mente, mas não quero ir deste esporte sabendo que jogo ao mais alto nível, que ganho os grandes torneios.

DIFERENÇAS COM O PASSADO

As quatro finais deste ano foram com rivais diferentes. É diferente, porque as rivalidades que tive eram tão fortes e sólidas que havia uma alta probabilidade de enfrentar o Roger, Rafa ou Andy na final de um Grand Slam a cada ano. Agora, é diferente. Não me importa jogar com tenistas diferentes se ganhar (risos). Joguei três jogos épicos contra o Alcaraz este ano. O tênis está num bom lugar, os jogadores vêm e vão. Será o mesmo destino para mim.

OBJETIVOS

Quando pensava nos objetivos, não pensava de forma tão concreta sobre a história de semanas no número 1 ou quem tem mais Grand Slams até três anos atrás. Os Grand Slams pareciam mais alcançáveis que as semanas como número um, mas tive fé. Acreditei que conseguiria. Agora não coloco nenhum número sobre quantos Grand Slams quero ganhar até o final da minha carreira.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.