Djokovic explica como é tão forte mentalmente: «Sei o que se sente quando não se tem nada»

Djokovic explica como é tão forte mentalmente: «Sei o que se sente quando não se tem nada»

Por Pedro Gonçalo Pinto - outubro 1, 2022

Novak Djokovic garantiu em Telavive um lugar na sua quarta final em oito torneios disputados esta temporada. O sérvio, que tem vivido um ano atípico, foi questionado sobre o que o torna tão forte mentalmente e deu uma resposta muito interessante, além de falar sobre o momento por que vai passando.

COMO É TÃO FORTE MENTALMENTE

Tem muito a ver com o ambiente em que cresci. Cresci nos anos 90 da Sérvia, com guerras, sanções e tempos difíceis para viver. Os meus pais sofreram muito só para terem comida. Tive a sorte de pertencer a este desporto que não é barato. Apaixonei-me pelo ténis e os meus pais ajudaram, embora fosse muito complicado para eles. Vem deles o apreço pela vida… Sei o que se sente quando não se tem nada e depois ter tanto na vida. Dá-te perspetiva para respeitar tudo o que acontece com uma atitude mais positiva e mais humilde.

ANÁLISE À VITÓRIA SOBRE SAFIULLIN

Comecei muito bem. Boa intensidade, um plano claro de jogo que executei na perfeição nos primeiros 30 ou 40 minutos. Depois ele aumentou o seu nível. Começou a servir muito rápido e eu baixei a minha percentagem de primeiros serviços. Foi mais agressivo na linha de fundo e eu demasiado defensivo, o que equilibrou o segundo set. Fui capaz de encontrar as minhas melhores pancadas nos momentos decisivos. Podia ter fechado a 5-4, mas não fiz um bom jogo. Mantive a calma e joguei suficientemente bem para ganhar o tie-break.

IMPORTÂNCIA DE VENCER AGORA

Cada triunfo ajuda. Nos últimos três meses não joguei nenhum torneio, Wimbledon foi o último, então é muito importante ganhar tantos encontros quanto é possível para ter mais confiança. Vim aqui com a intenção de jogar quatro encontros de singulares e é isso que vou ter.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt