Collins e a diferença de tratamento: “Eu sou emotiva. Se fosse homem, seria corajosa”
Danielle Collins vai terminar a carreira nesta temporada e não quer deixar nada por dizer nesta reta final da caminhada. A norte-americana deixou críticas à maneira como se comunica o esporte feminino, traçando uma comparação em relação à forma como sua própria personalidade é vista.
“É um problema da sociedade. A forma como se informam os esportes femininos é muito diferente dos masculinos. Alguém como eu, que descrevem como emocional, nos homens diriam que era apaixonada, corajosa ou destemida. Há muito a melhorar. Estou grata por fazer parte do esporte feminino, ainda por cima em uma das modalidades mais bem pagas, mas há muito para fazer. Muitas de nós fazemos coisas incríveis na quadra e não somos reconhecidas por isso”, afirmou.
Collins lamenta mesmo o seu próprio caso pessoal e a forma como é vista. “As pessoas às vezes se sentem atraídas pela minha história. É uma pena porque faço muitas coisas bem na quadra, tanto fisicamente como mentalmente, mas as pessoas querem sempre focar-se nas minhas emoções. Parece-me triste porque trabalho duro para que se veja outro lado. As coisas em que trabalho implemento tática e fisicamente em cada confronto, mas não se fala disso. Só me rotulam de jogadora emocional, coisa que não chamam a ninguém nos homens”, rematou.