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Cláudia Cianci: nasceu em Milão e tem a esquerda a uma mão de Federer e Henin
Nasceu em Milão, Itália, e idolatra Roger Federer e Justine Henin, não fosse Cláudia Cianci ter uma esquerda batida a uma mão. A jovem jogadora de 21 anos, que já teve ranking WTA, veio ao mundo em solo transalpino, mas vive em Portugal e foi pela Beloura Tennis Academy, em Sintra, que fez brilhar o seu ténis durante esta semana no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto.
“Eu sou italiana. Os meus pais são italianos. Não tenho família portuguesa. Nasci em Milão, mas logo a seguir, duas ou três semanas depois, vim para Portugal, porque os meus pais sempre quiseram ser de Itália e ir trabalhar para fora. E surgiu a oportunidade de o meu pai vir trabalhar numa indústria farmacêutica em Portugal”, sublinhou Cianci, ao Bola Amarela, referindo que o único familiar que nasceu em Portugal foi a sua irmã mais nova.
“Quando viemos para Portugal, estivemos em várias casas e, agora, no condomínio onde estamos tinha lá um campo de ténis. Fomos para lá quando eu tinha seis anos, mais ou menos. O meu pai decidiu que íamos experimentar e viu que eu tinha bastante jeito. Comecei a ter algumas aulas e surgiu o ténis, porque sempre me inclinei mais para o desporto”, confessou a finalista nacional absoluta de pares mistos, que sente uma forte ligação ao ténis… e ao futebol.
“Antigamente era mais para o futebol, não era ténis. O meu ídolo no futebol é o Cristiano Ronaldo. No ténis masculino é o Roger Federer, sem dúvida, e no feminino era a Henin. Agora não tenho, mas gosto muito da Serena. Venero-a por todos os comentários negativos de que é vítima, por ser forte. Dizerem que ela devia estar no circuito masculino… Odeio essas coisas. Mesmo assim ela consegue calá-los e mostrar que é mulher. E teve agora um bebé…”, referiu Cianci, que chegou a estar com Justine Henin, ex-número um mundial, há uns anos.
“Seguia a carreira da Henin, mas gostava de ter seguido mais. Durante os juniores fui lá à academia dela, na Bélgica, jogar um ITF de grau 4 e até tenho uma foto com ela. Foi um dos meus melhores momentos”, disse, orgulhosa. E apesar de ter nascido em Milão, nunca teve ligação com jogadores italianos. No entanto, Fabio Fognini esteve sempre muito perto da sua avó.
“Não tenho nenhuma ligação, porque nunca vivi lá. O Fabio Fognini é de Milão e desde sempre foi vizinho da minha avó, que me conta histórias de quando ele era pequeno. De resto não conheço. Não gosto da atitude dele em campo, mas não julgo, porque sei o que é estar em campo, frustrada. Podia tentar controlar um bocadinho mais, mas é assim que ele é. No entanto, não é o melhor exemplo para os jovens italianos e do Mundo”, ressalvou Cláudia Cianci.
E quanto a objetivos de carreira? Sempre quis ser profissional, apesar de atualmente não ter ranking mundial WTA, tendo já figurado no 1095.º posto da classificação na temporada transata, em outubro de 2016. “O meu pai sempre me passou essa imagem, porque eu também não gostava de estudar. Não conseguia estar quieta, sentada numa cadeira. Então sempre fui mais para o desporto”, revelou, sempre com os pés bem assentes na terra.
“Não posso ir logo para um Grand Slam quando perdi o meu ranking WTA, depois de ter passado por momentos menos bons comigo mesma. Já sabemos que isto não é fácil e quando não temos os resultados que desejamos ainda mais difícil é. Mas gostava de um dia imaginar-me nem que seja num ‘qualifying’ de um Grand Slam”, rematou Cianci, que treina no Clube da Escola de Ténis de Oeiras (CETO).
Este domingo, Cláudia Cianci sagrou-se vice-campeã nacional absoluta de pares mistos ao lado de Gonçalo Pereira. Na final, os segundos cabeças de série foram derrotados pelos primeiros pré-designados, José Ricardo Nunes e Cláudia Gaspar, por 6-3 e 6-2.
Fotografia: Jorge Cunha/AIFA
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