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A festa do ténis nacional faz-se no Jamor e com os campeões do futuro
O Campeonato Nacional Individual de ténis Sub-12 regressou, após 18 anos no Algarve, ao Complexo de Ténis do Jamor, onde 195 jogadores de todas as regiões do país lutam por um título que já foi de João Sousa e Gastão Elias.
Por estes dias, a casa do ténis nacional, dotada de 31 courts, 25 dos quais de terra batida, transborda de energia, mestria, efusivos festejos, algumas lágrimas e muitas frustrações, difíceis de gerir por aqueles que sonham jogar e alcançar o sucesso na prova rainha da modalidade.
“Os jogadores adoram jogar no Jamor. É um clube que impõe algum respeito pela dimensão, pelos campos que tem, pelo centralito e pela história. Eles sabem que durante alguns anos se jogou aqui o Estoril Open e o fato de poderem ver alguns treinos dos atletas do Centro de Alto Rendimento é mais uma experiência positiva”, conta José Maria Dória, treinador do centenário Sport Club do Porto.
Ao fim de quase duas décadas na região algarvia, a Federação Portuguesa de Ténis recuperou a organização do Campeonato Nacional Individual Sub-12 na terra batida do Jamor, onde outrora Roger Federer e Rafael Nadal, entre muitas outras estrelas do ténis mundial, deslizaram e mais recentemente Jaime Faria conquistou o seu primeiro título challenger da carreira.
“O Campeonato Nacional disputado no Jamor cria outro ambiente, há muitas pessoas a ver os encontros, há claques com os miúdos a apoiar os parceiros de equipa e os atletas passam mais tempo no clube. Estou a gostar muito da forma como os treinadores, pais, jogadores interagem aqui e têm vindo ver os encontros. Tem sido muito positivo”, defende o técnico, de 28 anos, nas bancadas do court 1, onde várias pessoas acompanham e apoiam os ambiciosos artistas das raquetas.
“Sinto que os miúdos querem e preferem jogar no centralito, mas os nervos também são maiores. Para eles, o espaço no court é muito grande, é uma pressão extra, mas também espero que sirva de motivação”, acrescenta Dória, que também jogou o Campeonato Nacional sub-12 há 16 anos, em Vilamoura.
Existem atualmente 9336 mil federados com idade inferior aos 12 anos e este ano o número de participantes no torneio aumentou. As 13 Associações Regionais do país estão todas representadas, mas a Associação de Ténis de Lisboa com 79 atletas e a Associação de Ténis do Porto com 32 são as que detém maior representatividade, avança Jorge Cardoso, diretor do torneio.
Só do Sport Club do Porto, onde José Maria e o irmão António Dória criaram a Porto Tennis Academy em setembro de 2023, vieram nove atletas, todos com ambições de chegar o mais longe possível… assim como a Madalena, o João, a Maria, a Carmo, o Francisco, a Sofia, o David, a Benedita, o Manuel e todos os outros adversários dos mais variados clubes do país.
“Isto é, sem dúvida, a festa do ténis nacional, com alguns nervos e pressão adicional à mistura por se chamar Campeonato Nacional. Sinto que eles sentem uma pressão extra por jogar este torneio, mas é, sem dúvida, o grande evento do ano e onde todos querem estar”, sublinha o jovem treinador, enquanto incentiva Gonçalo Guimarães, número três nacional, desorientado por não encontrar soluções para contrariar o domínio de Ricardo Sobrinos, do Clube de Ténis de Lagos.
Sobrinhos, desta vez, saiu vencedor e seguiu em frente. Guimarães terminou choroso e eliminado, mas, à semelhança dos demais, por mais frustrados e desolados no momento da consumação de uma derrota, será algo certamente fugaz.
Afinal, no pó de tijolo onde João Sousa e Gastão Elias se sagraram campeões nacionais sub-12, em 2001 e 2002, respetivamente, são mais os sorrisos, as conversas, as amizades, as gargalhadas e o deslumbramento das duas centenas de atletas que, por estes dias, enchem de vida e encantam no Complexo de Ténis do Jamor, onde muitos sonham ser os campeões do futuro.
Texto: Sofia Ramos Silva
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