João Sousa quer "pôr a pressão de lado" no Estoril Open

O MIllennium Estoril Open está muito perto de tornar o Clube de Ténis do Estoril numa verdadeira arena de vontades e João Sousa, número um português, não quer escapar à guerra. O tenista vimaranense, número 57 da hierarquia mundial, é um dos sérios candidatos ao título do novo torneio de ténis nacional e não tem dúvidas de que não vai sair de cena sem ter lutado pela vitória.

“Quem me conhece fala na minha garra. Sou um homem do Norte, sou muito competitivo, e mesmo na minha vida pessoal arranjo sempre motivo para competir. Adoro a competição”, começou por dizer Sousa à revista “Sábado”, antes de enumerar alguns possíveis vencedores da prova. “Há jogadores muito bons, como o Feliciano Lopez, o Tommy Robredo ou o Richard Gasquet. E há outros que têm evoluído muito, como o Nick Kyrgios ou o Borna Coric. Não vai ser fácil para nenhum de nós”, analisou.

Antes de pisar a terra batida portuguesa, João Sousa desloca-se ainda a Espanha para disputar o evento ATP 500 realizado em Barcelona – onde treina desde os 15 anos na academia “Barcelona Total Tennis”. “São provas importantes”, confessou o português, eliminado na segunda ronda do torneio Masters 1000 de Monte- Carlo, no Mónaco, ao ceder esta semana perante o canadiano Milos Raonic, número seis do ranking mundial.

Primeiros passos na carreira e no Estoril Open

“O céu é o limite para o êxito”. É com estas palavras que João Sousa define o seu futuro. O tenista natural da cidade de Guimarães começou a jogar ténis aos 7 anos por incentivo do pai e aos 25 já é considerado o melhor jogador português de todos os tempos. “Melhorar só depende de nós. Mentalmente podemos dar sempre mais. É com este pensamento que deixo sempre tudo em campo”, frisou Sousa.

“O slogan do cartaz é ‘A pressão de jogar em casa’, portanto é uma bela oportunidade para pôr a pressão de lado e mostrar o meu melhor ténis”

E no Estoril Open? O percurso no maior evento de ténis em Portugal ficou inicialmente marcado pela sua estreia no circuito principal masculino. Foi aos 19 anos que tudo começou no ATP World Tour. “Ganhei três partidas no qualifying e acabei por ser eliminado na segunda ronda pelo Frederico Gil. Acho que tenho evoluído progressivamente na minha carreira”, revelou João Sousa.

Frederico Marques enquanto chave do sucesso

O sucesso de João Sousa no circuito profissional é igualmente traçado pelo treinador Frederico Marques, que acompanha o vimaranense desde 2010. Ficaram amigos em 2005, em Barcelona, e a partir desse momento nunca mais se largaram. Aos 28 anos, Frederico Marques é o mais jovem treinador do top 100 mundial.

“Aprendo imenso no circuito ATP, que é onde estão os melhores. Trabalho diariamente com um dos melhores 10 treinadores do mundo, o Francisco Roig, segundo treinador do Nadal, e tenho oportunidades de crescer no dia-a-dia. Quando se quer, aprende-se em todo o lado”, comentou o técnico português, que também foi jogador profissional de ténis.

Esta dupla de sucesso contabiliza um total de 365 encontros – 216 vitórias e 149 derrotas – e soma cerca de 1,6 milhões de euros em prémios monetários.

Balanço do ano até ao momento

Em 2015, João Sousa conta com sete vitórias e nove derrotas no circuito principal. No entanto, o português de 26 anos dá nota positiva às exibições que realizou até então.

“O balanço tem sido positivo. Comecei o ano muito bem, no Open da Austrália só perdi na terceira ronda (frente a Andy Murray) e cheguei às meias-finais em Montpellier. Infelizmente, nos últimos meses tenho tido alguns incómodos no joelho direito, embora isso não possa servir de desculpa, e não consegui estar a cem por cento“, contou Sousa.