Sinner quebra silêncio sobre caso de doping e explica como tudo aconteceu

Jannik Sinner falou publicamente pela primeira vez desde que foi tornado público que testou positivo duas vezes em exames antidoping realizados em Indian Wells. O número 1 do mundo não deixou nada por dizer e explicou tudo o que aconteceu, incluindo o motivo de ter sido autorizado a continuar jogando.

CONSCIÊNCIA TRANQUILA

Essa situação não é a ideal antes de um Grand Slam. Sempre soube, em minha mente, que não fiz nada de errado. Joguei vários meses com esse assunto na cabeça, mas sempre lembrando que não fiz nada de errado. Sempre respeitei as regras de antidoping e sempre vou respeitá-las. O resultado foi um alívio. É ótimo poder estar de volta, em uma cidade com um ambiente incrível para jogar tênis. Espero desfrutar o máximo possível e fazer um grande torneio.

PREFERIA QUE TIVESSE SIDO PÚBLICO?

Foi um processo muito longo. Estou há muitos meses lidando com isso, todos sabemos quanto tempo. Agora, tive de tomar algumas decisões após o veredicto. Há algumas datas que devem ser respeitadas durante o processo; você não pode escolher quando isso será divulgado ou não. Estou feliz por isso já ser público; de certa forma, é um alívio. Por tudo isso, é claro que a preparação para o torneio não foi perfeita. Mas agora é público, não há mais nada.

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CORTE COM FISIOTERAPEUTA E PREPARADOR FÍSICO

Gostaria, em primeiro lugar, de dizer que eles foram uma parte importantíssima da minha carreira. Trabalhamos juntos durante dois anos e fizemos um trabalho incrível, com muito sucesso. Agora, devido a esses erros, não me sinto confiante para continuar com eles. A única coisa que preciso agora é de espaço. Sofri muito nos últimos meses. Estava esperando o resultado; agora, preciso de um ambiente mais leve.

ESTEVE PREOCUPADO COM POSSÍVEL CASTIGO?

Quando nos informaram sobre o resultado positivo, fomos logo verificar de que substância se tratava. Umberto Ferrara é quem conhece muito bem esse processo; ele entende bastante de nutrição e farmácia. Soube imediatamente que era do spray. Ao descobrir que era do spray e como havia acabado no meu corpo, respondemos de imediato, explicamos tudo sobre como aconteceu, e esse foi o motivo pelo qual pude continuar jogando. Depois, enquanto jogava, claro que pensamos sobre o que poderia acontecer no futuro, mas pude jogar porque sabíamos onde estava a substância e como havia entrado no meu corpo. Eles entenderam imediatamente, acreditaram em nós, e por isso continuei jogando. Claro que senti preocupação porque é a primeira vez, e espero que a última, que estou nessa posição. Outra questão é a quantidade que estava no meu corpo, que era 0,000000001, muitos zeros antes do um. Estava preocupado, claro, porque tenho muito cuidado com isso e acho que sou um jogador justo, tanto dentro quanto fora da quadra.

TEVE TRATAMENTO DIFERENTE?

Não. Cada jogador que testa positivo passa pelo mesmo processo. Não há atalhos, não há tratamento preferencial; todos vivem o mesmo processo. Expliquei por que continuei jogando, só tenho isso a dizer. Claro que entendo a frustração de outros jogadores, mas talvez o motivo de terem sido suspensos seja porque não sabiam exatamente de onde vinha o positivo, de que substância, mas o motivo principal é de onde vem e como entrou no seu corpo. Nós soubemos na hora. Respondemos de imediato e me suspenderam por dois ou três dias. Não pude treinar nesse tempo, mas aceitaram as explicações muito rápido, e pude continuar jogando.