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João Sousa: a garra do norte no circuito mundial
Ele já tem uma comunidade de fãs um pouco por todo o mundo, é capaz de fazer maravilhas dentro do court e já deu muitas alegrias ao povo português que o acompanha a cada encontro, que tenha transmissão televisiva ou apenas resultados em direto. Em dia de aniversário, é altura de saber como é que João Sousa chegou aos corredores do circuito profissional para desafiar constantemente os melhores jogadores do mundo.
– A passagem pelo país de ‘nuestros hermanos’ –
“Para ti, o limite é o céu”, já lhe dizia Armando, o seu pai. Foi precisamente com ele que João Sousa começou a jogar ténis, aos sete anos, num clube local da cidade-berço – Guimarães. O ‘bichinho’ pela modalidade desde cedo foi crescendo dentro de si e, com apenas 15 anos, o vimaranense foi morar para Barcelona para integrar a lista de pupilos da BTT Tennis Academy.
Mais tarde, os pais até lhe confessaram que não acreditaram na sua permanência na cidade catalã durante muito tempo, mas impunham apenas uma condição: terminar o ensino obrigatório. Se chumbasse, regressava a Portugal.
João Sousa tornou-se num ídolo para os jovens em Barcelona, mas a sua adaptação não foi fácil. Para além de ter chorado várias vezes, como disse em entrevistas, a junção dos treinos com a rotina escolar levava-o a ter aulas das 17h até às 22h, hora a que saía da escola para ainda fazer o seu próprio jantar. O ténis não é o seu único desporto de eleição e, no futebol, é fã assumido do clube da terra, o Vitória Sport Clube. Gosta também de estar com os amigos, de ler livros e de ir ao cinema.
– A ascensão no circuito profissional –
A temporada de 2013 foi a explosão de sucesso para o número 53 da hierarquia mundial, que sempre se inspirou em Juan Carlos Ferrero, Pete Sampras e Roger Federer. O título em Kuala Lumpur veio colocar todo o seu talento num novo patamar e, se a intenção era terminar a temporada no top-100 – onde entrou pela primeira vez em Outubro de 2012 -, pode dizer-se que esse objetivo ficou bem cumprido com o 49.º lugar.
A sua pancada de eleição é a direita, gosta de jogar em terra-batida e se o ténis não se tivesse cruzado no seu caminho, Sousa diz que gostaria de ter seguido a via do futebol ou da medicina.
Rafael Nadal, Andy Murray e Novak Djokovic foram alguns dos jogadores que desafiou sem nunca baixar a guarda, apesar do desnível técnico e táctico. Contudo, Gilles Simon, Jurgen Melzer, Grigor Dimitrov e Julien Benneteau são algumas das vítimas de Sousa que evidenciaram todo o seu poderio.
– De Guimarães para o Mundo –
As dificuldades económicas com que se debatia até então ficaram atenuadas com novos patrocínios no início de 2014: para além da Lotto e da Wilson, o representante luso conseguiu também o apoio da marca de roupas Mike Davis e ainda a representação da Polaris Sports, detida por Jorge Mendes, que gere também as carreiras de figuras portuguesas como Cristiano Ronaldo e José Mourinho.
A parceria com Frederico Marques, antigo campeão nacional de ténis aos 16 e 18 anos, tem dado os seus frutos. Os dois encontraram-se na academia em Barcelona e já estão juntos há vários anos, sendo que o técnico português acompanhou o seu jogador na maior parte dos seus 12 títulos conquistados – cinco deles em piso rápido (incluindo o torneio em Kuala Lumpur), e sete ganhos sobre a terra-batida. No ano passado, Sousa disputou ainda as finais de Metz e de Bastad, mas acabou por não levar o troféu para casa.
Com apenas 25 anos, João Sousa é já considerado por muitos como o melhor jogador da história do ténis português e um dos principais representantes do desporto nacional além-fronteiras. O 26.º aniversário vai ser passado com algumas limitações físicas, mas a verdade é que ainda faltam muitos anos para o vimaranense provar no court aquilo que melhor sabe fazer com vista a aumentar ainda mais o palmarés.
Feliz aniversário!
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